Qual a receita para mandar bem em olimpíadas científicas? Segundo Robson e Lucas, ganhadores de medalhas de ouro na Olimpíada Internacional de Matemática da Ásia (AIMO) 2018, as dicas são simples e práticas.
Selecionados pelas suas escolas, Robson do Nascimento, 16 anos, do Maranhão, e Francisco Martins, 18 anos, do Rio de Janeiro, já tinham participado de competições no Brasil, como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Porém, de acordo com os estudantes, o nível da olimpíada asiática foi mais elevado porque a prova exigia conhecimentos que não são ensinados no ensino médio brasileiro.
Além disso, segundo destaca Maria Helena Baccar, coordenadora de matemática do colégio Pedro II, onde estuda Francisco, a prova foi toda em inglês. “Os estudantes sentiram um pouco de dificuldade pela língua, mas, como a matemática tem uma linguagem universal, foi compatível com as provas que eles costumam fazer no Brasil”, explica.
Na AIMO, os estudantes têm duas horas para resolver 30 questões. A olimpíada asiática foi realizada no início de agosto, em Bangcoc, na Tailândia.
É ouro!
Robson acredita que participar da AIMO foi uma experiência única, por ter representado o seu estado e o Brasil, e ainda mais por ter ganho a medalha de ouro. Junto com ele, somente mais dois brasileiros conseguiram esse feito.
O estudante maranhense diz que a medalha tem um valor especial. “O prêmio significa que o Maranhão e o Nordeste como um todo têm potencial, somente falta investimento na educação”, avalia. Ele cursa o 2º ano do Ensino Médio no Instituto Federal do Maranhão (IFMA).
Para o carioca Francisco, estar na olimpíada foi uma experiência incrível. “Adorei participar dela por entrar em contato com outras pessoas, culturas, fazer novas amizades, trocar experiências com pessoas de todo o mundo”, analisa.
E ter ganhado a medalha? “Significou um momento incrível, emocionante, fiquei surpreso! Todos se juntaram para me abraçar. Chorei de emoção. Foi sensacional!”, comemora.
Dicas
Estar no Ensino Médio e participar de uma olimpíada é fantástico, conforme destacam a coordenadora e os vencedores. Mas, para isso, é preciso dedicação e foco.
Os três separaram dicas para você que pretende se aventurar no universo das olimpíadas, tanto brasileiras, quanto internacionais. A propósito, alguns conselhos também servem para se dar bem na prova de matemática no Enem. Anote!
• Conheça a prova, o que já foi cobrado, o estilo das questões;
• Acesse o site da OBMEP, pois há muito material e banco de questões;
• Baixe provas anteriores da olimpíada na qual vai participar;
• Veja videoaulas pela internet;
• Organize-se, monte seu próprio cronograma de estudos;
• Procure seu professor de matemática e demonstre interesse em participar de tais competições;
• Peça para a escola na qual estuda analisar seu potencial e inscrevê-lo nas competições;
• Não se limite à escola, procure saber mais sobre a matemática na sua casa também, como, por exemplo, pela internet;
• Estude em grupo também, trocando ideia com seus colegas e comparando os resultados;
• Treine, estude diariamente, faça muitos exercícios de matemática, esforce-se para desenvolver seu raciocínio;
• Não se preocupe se errar alguma questão. Caso isso aconteça, faça o exercício de outra maneira para expandir a criatividade;
• Comece participando de competições menores, ou se achar difícil a de matemática, inscreva-se em olimpíadas de outras disciplinas;
• Acredite em você, perceba o seu potencial e corra atrás do que quer.
Futuro
Tanto Robson como Francisco gostam da área de exatas. O estudante maranhense deseja ingressar no curso de Engenharia Eletrônica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), considerado o vestibular mais difícil do País. Ele também vai fazer vestibulares em universidades públicas do seu estado, como a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
Atuar na carreira de Matemática é a opção de Francisco para o futuro. O carioca vai fazer o Enem para se inscrever no SiSU e tentar vaga no curso oferecido na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
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