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Daisy Selinger explicou que objetivo do projeto era integrar pais, filhos e comunidade à escola e que as crianças deixassem a tecnologia de lado. Além da viagem, professora também ganhou R$ 5 mil e vaga na etapa nacional do concurso em SP.

Professora fez competição envolvendo os pais dos estudantes (Foto: Daisy Selinger/ Arquivo pessoal)

Professora fez competição envolvendo os pais dos estudantes (Foto: Daisy Selinger/ Arquivo pessoal)

Com o projeto “Carrinhos de rolimã: herança de nossos pais”, a professora Daisy Selinger, da Escola Municipal Paulo Freire, em Itanhangá, a 447 km de Cuiabá, foi uma das vencedoras da fase regional do 10º Prêmio Professores do Amanhã, do Ministério da Educação (MEC). Além da vaga como finalista, ela ganhou R$ 5 mil e uma viagem para a Irlanda, em 2018.

Daisy desenvolveu o projeto com os alunos do 3º ano do ensino fundamental após uma expedição investigativa, quando as crianças vão à rua para entrevistar moradores, a partir de uma pergunta prévia.

Segundo ela, as crianças entrevistaram comerciantes e moradores do município e o que chamou a atenção dos alunos foi a resposta das pessoas. Elas disseram que gostavam de brincar com carrinho de rolimã.

“A pergunta foi a seguinte: “Do que você gostava de brincar quando era criança?’. Os alunos ficaram surpresos com as pessoas que responderam carrinho de rolimã. Eles ficaram curiosos, porque não sabiam do que se tratava”, explicou.

Mãe ajuda filha a confeccionar carrinho de rolimã (Foto: Daisy Selinger/ Arquivo pessoal)

Mãe ajuda filha a confeccionar carrinho de rolimã (Foto: Daisy Selinger/ Arquivo pessoal)

Após a roda de conversa com os alunos, Daisy ficou em dúvida sobre como introduziria o brinquedo no plano de aula.

Mas depois de pesquisar sobre o tema, a professora desenvolveu um projeto que integra diversas áreas de aprendizado, como inglês, matemática, sustentabilidade e reciclagem.

“Eles aprenderam sobre o carrinho de rolimã e sobre o funcionamento de rolamentos, que estão presentes nos brinquedos da geração deles, como o ‘hand spinner’, e foi através do nome que introduzi, também, o inglês durante as aulas”, lembrou.

Daisy explicou que sempre aplicou projetos durante as aulas dela, porém, essa foi a primeira vez que a forma de ensino que adotou teve tanta repercussão no município. Com a atividade, as crianças puderam conhecer o que está em volta da escola.

“Trabalhei com uma metodologia de valorização à comunidade, pois não trabalhamos apenas com a escola. A unidade de ensino deve estar em conjunto com a população. O principal é envolver a comunidade, a escola e a família”, disse.

De acordo com ela, uma das propostas também era fazer com que as crianças saíssem do meio digital e deixassem smartphones e tablets de lado para participar de brincadeiras com a família.

“Encontros com a família foram realizados para estimular o contato entre os pais e os filhos e também para apresentar o aprendizado que as crianças tiveram com o projeto. Logo, os primeiros carrinhos de rolimã começaram a surgir”, contou.

Competição de carrinhos de rolimã foi realizada para estimular alunos

Competição de carrinhos de rolimã foi realizada para estimular alunos

A proporção do projeto entre os moradores do município foi tamanha que os alunos e a professora realizaram a 1º Corrida de Carrinhos de Rolimã.

Daisy contou que os pais participaram da fabricação dos brinquedos e ajudaram a empurrar os carrinhos durante a corrida.

“Eles pintaram os carrinhos do jeito que queriam. Uma das alunas usou como inspiração as pinturas do Romero Brito. A ideia foi tão bem recebida que estamos organizando a segunda edição da corrida. O objetivo era que as crianças se divertissem, não houve prêmiação”, disse.

A final do concurso do MEC deve acontecer no dia 18 de dezembro, em São Paulo. Os seis vencedores nacionais do prêmio ganharão R$ 5 mil cada.