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Problema da permanência estudantil ‘ainda não é muito grande, mas está crescendo’, afirmou Marco Antonio Zago.

O professor Marco Antonio Zago, reitor da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que é a favor universidades estaduais também sejam contempladas com recursos federais para apoiar a permanência de estudantes de baixa renda. Logo após a USP aprovar medidas para acelerar a inclusão social, Zago disse que garantir que estudantes carentes tenham condições de permanecer na universidade é um problema que tende a aumentar.

A principal mudança aprovada pela USP foi a instituição de cotas raciais para alunos que fizeram o ensino médio na rede pública. Essas cotas serão aplicadas tanto por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) quanto da Fuvest. A USP também permitiu que as unidades ofereçam vagas no Sisu condicionadas à renda dos candidatos.

Segundo o reitor, que está no último ano de seu mandato de quatro anos, o problema da permanência estudantil “ainda não é muito grande, mas está crescendo”.

“Os governos (estadual e federal) terão que entender que este não é um problema próprio da universidade. É necessário um apoio especial para isso” – Marco Antonio Zago

USP aprova cotas raciais e de escola pública na Fuvest pela primeira vez na história

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O objetivo por trás das políticas de permanência é oferecer auxílio financeiro a estudantes de baixa renda para que eles possam pagar aluguel, se locomover até as aulas, comprar livros e pagar por refeições enquanto cursam a graduação.

Problema crescente

“Neste ano, com o aumento da inclusão social, já ficou evidente que é um problema que vai tender a crescer, e eu tenho que garantir que vai ser muito difícil, a universidade vai ter que dar muita atenção para isso”, afirmou Zago.

Em 2017, 36,9% dos calouros da USP fizeram pelo menos o ensino médio em uma escola pública. De acordo com a Pró-Reitoria de Graduação, 19,3% de todos os calouros se identificam como pretos, pardos e indígenas.

Segundo Zago, em 2017, a USP “transferiu” cerca de mil bolsas de pesquisa para o programa de assistência estudantil. De acordo com o reitor, o valor dessas bolsas foi usado como auxílio-moradia para estudantes de baixa renda.

“Neste ano, por exemplo, nós já tivemos que fazer uma manobra, que foi transferir algumas bolsas que nós tínhamos, que eram bolsas de natureza acadêmica, para cobrir a necessidade de auxílio-moradia.”

Política nacional de apoio

Zago afirma que são os próximos reitores da USP que terão que lidar com a crescente ameaça de evasão de estudantes que não têm renda suficiente para se manter na universidade.

“Eu não estarei mais aqui. Mas eu entendo que, pode não ser imediatamente, mas em um determinado momento, os governos, e incluo o governo estadual e o governo federal, terão que entender que este não é um problema próprio da universidade, para ela resolver. É necessário um apoio especial para isso, como já o governo federal faz com relação às universidades federais.”

De acordo com o reitor, “não há por que as universidades estaduais serem excluídas deste apoio que o governo federal dá, e dá para todo cidadão”.

Ele afirma, porém, que atualmente a situação ainda não exige ações imediatas. “É algo ainda a ser estudado. Eu acho que nós não devemos colocar o carro na frente dos bois, dizer: ‘olha, vai ser um problema tão grande que não vai ter solução’. Eu acho que vai ter solução.”