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A Chapa 4 - Pra Mudar obteve 1,2 mil votos na eleição

A Chapa 4 – Pra Mudar obteve 1,2 mil votos na eleição

Uma chapa de oposição à atual gestão – mas também com orientação política de esquerda – foi eleita para comandar o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRGS pelo próximo ano. Entre as propostas do grupo está o reforço no diálogo com os estudantes e com a reitoria, por meio da criação de uma espécie de orçamento participativo da universidade.

— O orçamento participativo será implementado dentro do DCE, para definir com os estudantes o que é prioridade para a utilização dos recursos. Mas também é uma bandeira para a universidade, queremos que ocorra um envolvimento dos estudantes na definição do que vai ser investido pela UFRGS — afirma Frederico de Lemos, um dos coordenadores do grupo vencedor.

A Chapa 4 – Pra Mudar obteve 1,2 mil votos na eleição realizada na última semana, superando a Chapa 1 – Ainda Há Tempo, que esteve à frente do DCE nos últimos dois anos. O grupo vencedor assume o comando do diretório central na quarta-feira.

Estudante de Administração Pública e Social da UFRGS, Lemos diz que a nova gestão vai trabalhar intensamente na defesa da universidade pública e pela democracia. Ele afirma que o grupo começou a se mobilizar durante o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

— Boa parte da chapa se organizou ano passado em defesa da democracia, contra o impeachment. Temos uma concepção de universidade mais popularizada, mais diversa e democrática política e financeiramente.

Ele confirma que o movimento é identificado com partidos como PT e PCdoB, em oposição à atual direção, que tem em sua nominata militantes do PSOL e do PSTU. No entanto, Frederico Lemos diz que boa parte dos envolvidos na chapa não tem envolvimento partidário e que todas as correntes são aceitas.

Além da maior participação dos alunos na tomada de decisões, a Chapa 4 colocou como prioridades a política de assistência estudantil – com ampliação dos RU’S e da estrutura de moradia estudantil -, a consolidação de um comitê contra intolerância e discriminação e a ampliação da política de cotas, com a inclusão dos cursos de pós-graduação e dos concursos para professores e demais servidores.

A estudante de Agronomia Gabriela Silveira, também coordenadora da chapa vencedora, diz que outra bandeira do grupo é a luta pela segurança dentro da universidade e no entorno.

— Temos convivido com diversos relatos de assaltos pelos estudantes. Queremos a contratação de agentes para a guarda universitária e reforço na iluminação dos campi.

A eleição para o DCE foi realizada com cédulas de papel pela primeira vez desde 2010. Nos últimos anos, o processo havia sido realizado com urnas eletrônicas oferecidas pela reitoria. A eleição também atrasou, era para ter ocorrido no fim do ano passado, mas foi adiada em rezão das ocupações.