Por causa da crise no Estado do Rio de Janeiro e a falta de repasses para a instituição, o início das aulas na Uerj foi adiado duas vezes. Professores decidiram manter estado de greve.
Um apelo pintado em uma quadra esportiva ao lado da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), chamou a atenção de quem passava pela área do Maracanã na manhã desta terça-feira (24). A imagem podia ser vista com clareza pelos helicópteros que sobrevoavam a região, como mostrou o Bom Dia Rio.
O pedido de socorro tenta chamar a atenção para a situação da instituição. Por causa da crise no Estado do Rio de Janeiro e a falta de repasses para a instituição, o início das aulas na Uerj foi adiado duas vezes. Em uma assembleia, os professores decidiram manter o estado de greve. Isso indica que os profissionais de educação podem parar a qualquer momento.
“Se as condições permanecerem no estado que estão, fica muito difícil manter a universidade funcionando como ela deve. Nós temos que receber 27 mil alunos. Destes, 9 mil são alunos do sistema de cotas que ainda não receberam a bolsa-permanência. Como eles virão à universidade? Como irão se alimentar, sem o bandejão? A assembleia docente então, por prudência, optou por manter o estado de greve. O que não significa que os docentes estejam em greve. Estão aguardando uma manifestação por parte do governo para que as condições sejam restabelecidas”, explicou Tânia Neto subreitora de graduação da Uerj
O bandejão da instituição, onde muitos estudantes se alimentam, está fechado desde a semana passada, porque a empresa que fornece os alimentos está sem receber o repasse do Governo do Estado, totalizando uma dívida de mais de R$ 2 milhões. A empresa que faz a limpeza do prédio também está sem receber, com uma dívida de mais de R$ 3 milhões.
As aulas estão previstas para recomeçarem no dia 30 de janeiro. “Os professores não estão de greve, aguardam que o Governo do Estado do Rio cumpra as condições mínimas de salários, pagamento de bolsa, manutenção e custeio, que hoje orça em torno de R$ 360 milhões de débitos com a universidade.
Funcionários técnico-administrativos e professores protestaram
Funcionários técnico-administrativos e professores da universidade se reuniram na manhã desta terça-feira (24) para protestar contra a situação de abandono da instituição. Em nota, a Secretaria Estadual de Fazenda afirmou que a prioridade é pagar os servidores e que não há prazo para pagar os fornecedores da Uerj.
A Secretaria admitiu ainda que, em 2016, só fez o repasse de 65% do orçamento.
Os servidores técnicos da instituição estão em greve desde o dia 16 de janeiro. “Nós estamos passando uma dificuldade muito grande com relação a ter dinheiro para alimentação, transporte, compra de medicação e estamos em uma greve que o governo nos empurrou. Nós queremos trabalhar”, explicou Antônio Virgínio Fernandes, do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades do RJ.
A piscina da instituição está aparentemente abandonada e parece ser um potencial perigo à proliferação de focos do Aedes Aegypti, que transmite doenças como a dengue, zika e chikungunya. A assessoria da instituição afirma que os espaços do campus são permanentemente monitorados.
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