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No ano, MEC diz ter prejuízo de R$ 235,9 milhões com estrutura para alunos que faltaram às provas. No total de 2016, abstenção foi de 2,6 milhões de inscritos.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2016 teve 41,4% de abstenções neste domingo (4), segundo dia de aplicação do exame para os inscritos afeados pelo adiamento das provas por causa das ocupações em escolas.

De acordo com o Ministério da Educação, no sábado (3), primeiro dia de reaplicação do exame, o índice de abstenção foi de 39,7%.

Se consideradas as duas aplicações realizadas neste ano, que somam 8.627.195 candidatos inscritos, o total de participantes foi de 6.005.607. A abstenção final, que leva em consideração as duas aplicações, foi de 30,4%, precisamente, 2.621.588 alunos.

Segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho, o índice de faltas foi “pouco acima” do ano passado, que foi 28%. “É um número relevante, porque você prepara para 8 milhões de inscritos. E no final só, entre aspas, 6 milhões participam da prova. (…) É uma operação de guerra para 2,6 milhões não comparecerem. O que é pior, em algumas situações, você acompanha pela internet, parte dos inscritos sequer consulta o cartão de inscrição”, afirmou Mendonça Filho.

De acordo com a pasta, 72.223 inscritos não acessaram os cartões de confirmação de inscrição disponíveis no portal do Enem.

“Praticamente R$ 236 milhões investidos para atender a esses 2,6 milhões que não compareceram. Um volume considerável que poderia ser aplicado a outros investimentos do MEC.”

Segundo o MEC, três participantes foram eliminados no primeiro dia de reaplicação da prova por, entre outros motivos, portarem equipamentos eletrônicos, não atenderem a orientações dos fiscais ou por utilizarem materiais proibidos durante os exames.

No segundo dia, também por algum desses motivos, outros oito participantes foram eliminados.

A segunda aplicação do Enem 2016 aconteceu em 166 municípios de 23 estados e do Distrito Federal. No total, 277.657 estudantes tinham direito de participar da reaplicação das provas em razão de ocupações de locais na primeira data (273.524); e de problemas, como falta de fornecimento de energia, no exame de novembro (4.133).

O MEC informou ainda que, nos dias 13 e 14 de dezembro, haverá uma terceira aplicação do Enem, mas somente para candidatos que estão presos em unidades penitenciárias no Brasil. São 55 mil inscritos para essas provas.

Enem adiado

Veja abaixo os destaques deste domingo, segundo dia de aplicação do Enem adiado:

‘Veterana’ em vender água
Nelma Santana já é considerada uma ‘veterana de vendas’ durante a realização de nove edições Enem em Sergipe. “Eu costumo vender água na porta da Universidade Federal de Sergipe há nove anos. Mas com a mudança da data optei por ficar na Escola Estadual Armindo Guaraná, que é mais perto da casa.” Ela foi otimista quanto aos lucros. “Espero vender bem, pois tenho dois netos, marido doente e aluguel para pagar”, disse.

Estudante de muleta
A estudante Ana Beatriz Sousa, de 20 anos, chegou de muleta para fazer a prova do Enem depois de sofrer um acidente de moto na semana passada. A jovem sonha em cursar enfermagem e está otimista com o resultado. “A expectativa é fechar a redação e tirar a melhor nota possível em matemática”, afirmou.

Atrasados
Uma das histórias mais dramáticas sobre atrasados neste domingo (4) ocorreu em Vitória. Sônia Inês Jacinto Silva, de 60 anos, chegou um minuto depois do fechamento de portões e não conseguiu entrar no local de prova. Ela contou que passou mal e perdeu o ônibus. “Eu senti mal-estar e dei um tempo no ponto de ônibus. Ele passou e eu não vi. Cheguei já sabendo que talvez não conseguiria entrar. Não tem problema, ano que vem tento novamente”, disse.

Outro candidato que não chegou a tempo foi o operador de telemarketing Diógenes Oliveira Fernandes Lira, de 27 anos. Ele afirma ter chegado 40 segundos depois do prazo limite para entrar no local de prova. De acordo com ele, o motoboy que o levava errou o caminho. “Depois do ano todo estudando, agora é aguardar o próximo Enem para ver o que a gente consegue. Não vou desistir, tenho que seguir em frente”, afirmou.

Tema da redação
O tema da redação da segunda aplicação do Enem 2016 é “Caminhos para combater o racismo no Brasil”. A informação foi divulgada nas redes sociais pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), no início da tarde deste domingo (4).

Combate ao racismo foi o tema da redação escolhido pelo MEC/Inep (Foto: Reprodução)

Combate ao racismo foi o tema da redação escolhido pelo MEC/Inep (Foto: Reprodução)

Candidatos reclamam de ‘injustiça’
A expectativa para descobrir o tema era também dos candidatos que fizeram o Enem de novembro. Na prova aplicada nos dias 5 e 6 do mês passado, a orientação era escrever sobre “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. Nas redes sociais, muitos reclamaram que dissertar sobre racismo é “mais fácil” do que abordar a questão religiosa.

Redação enem (Foto: Reprodução/Twitter)

Redação enem (Foto: Reprodução/Twitter)

Famosos comentam tema
Celebridades comentaram nas redes sociais sobre o tema da redação da segunda aplicação do Enem. A MC Tati Quebra-Barraco comemorou a discussão sobre o racismo. “Que tema maravilhoso da redação Enem 2016. Isso porque racismo é coisa da nossa cabeça e blá, blá… Pretinhosidades, mandam ver!”, escreveu no Twitter.

Tati Quebra Barraco elogia tema da redação (Foto: Reprodução/Twitter)

Tati Quebra Barraco elogia tema da redação (Foto: Reprodução/Twitter)