Grupo de alunos alega mau uso de recursos em assistência a Deborah.
Universidade diz que gastou R$ 14 para buscar pai de aluna na rodoviária.
O Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento preparatório para analisar uma denúncia recebida de um grupo de alunos da Universidade Federal do ABC (UFABC) contra o apoio da instituição concedido à aluna Deborah Gonçalves Fabri, de 20 anos, que ficou ferida em um protesto. Universidade alega que gastou R$ 14 para buscar pai de jovem na rodoviária.
A jovem participava de um protesto contra o governo Michel Temer (PMDB) no Centro de São Paulo quando teve o olho esquerdo perfurado por estilhaços de uma bomba disparada pela Polícia Militar.
O procedimento preparatório não é investigatório, mas reúne informações e faz questionamentos aos envolvidos para avaliar se há indícios ou não da prática de ato ilícito, conforme o MPF. A análise pode desencadear em arquivamento ou abertura de uma ação civil pública, para que haja a devolução dos recursos aos cofres públicos.
O objetivo é verificar se há eventual irregularidade na ajuda da UFABC à estudante.
O grupo que fez a representação, intitulado “UFABC Livre”, alega que houve mau uso de recursos públicos, humanos e materiais da universidade para apoiar a aluna por um fato que ocorreu fora do período de aulas. Em sua página no Facebook, o grupo se mostra apoiador do Movimento Brasil Livre (MBL) e mostra vídeo da palestra de Fernando Holiday e Kim Kataguiri, líderes do movimento, na universidade.
Segundo a denúncia, a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas da UFABC designou uma psicóloga e uma enfermeira para visitarem a aluna no dia 1º de setembro e também deslocou um carro da universidade para buscar o pai de Deborah no Terminal Tietê, em São Paulo, e levá-lo ao Câmpus Santo André da universidade, onde a jovem vive, no dia seguinte.
A universidade respondeu ao grupo que, conforme a Constituição Federal e seu Estatuto interno, possui autonomia sobre a gestão financeira e patrimonial e que cabe à Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários “formular, propor e conduzir políticas afirmativas e as relativas a assuntos comunitários”.
A univesidade disse que “mostra-se possível e legal a utilização de recursos da UFABC para a realização de um dos objetivos da universidade, relacionado à promoção de assistência à comunidade universitária, incluindo-se o atendimento psicossocial” a Deborah e que gastou aproximadamente R$ 14,26 de combustível com o deslocamento do pai da aluna, conforme a representação do UFABC Livre.
A UFABC informou, em nota ao G1, que ainda não foi notificada formalmente sobre a apuração e que, caso seja notificada, “prestará todos os esclarecimentos necessários”.
Veja a íntegra da nota da Universidade:
“Informamos que a Universidade Federal do ABC, assim como a imprensa, tomou conhecimento da investigação do Ministério Público Federal pelas redes sociais de internet, porém ainda não recebeu nenhuma notificação formal. Caso seja notificada, a Universidade prestará todos os esclarecimentos necessários para a investigação do caso pelo MPF.
Até o esclarecimento da situação, a UFABC respeitará o pedido da aluna por discrição e não divulgará mais dados sobre o caso.”
Ferimento no protesto
A manifestante Deborah Fabri foi ferida no olho durante um ato que acabou em confronto entre policiais e manifestantes. Segundo testemunhas, ela teria sido atingida por estilhaços de uma bomba da Polícia Militar.
Após o ato, a jovem postou em uma rede social a mensagem: “Oi pessoal estou saindo do hospital agora. Sofri uma lesão e perdi a visão do olho esquerdo mas estou bem. Obrigada pelas mensagens e apoio logo logo respondo todos!!!”.
Ao menos 20 mil pessoas participaram do ato, segundo a Frente Brasil Popular e a CUT. A PM não divulgou números.
O Hospital de Olhos informou em boletim médico que a paciente “foi internada em nosso serviço às 2h37 do dia 1º de setembro de 2016, com trauma na região da face, escoriações nas pálpebras e região malar esquerda, e lesão perfuro contusa no olho esquerdo”. Deborah passou por cirurgia de urgência. O hopital também disse que “por ser tratar de um procedimento de alta complexidade oftalmológica, o prognóstico requer cuidados especiais”.
A Ouvidoria das polícias do Estado pediu que a Secretaria de Segurança e a Corregedoria da PM investigassem o caso.
Universidade diz que gastou R$ 14 para buscar pai de aluna na rodoviária.
O Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento preparatório para analisar uma denúncia recebida de um grupo de alunos da Universidade Federal do ABC (UFABC) contra o apoio da instituição concedido à aluna Deborah Gonçalves Fabri, de 20 anos, que ficou ferida em um protesto. Universidade alega que gastou R$ 14 para buscar pai de jovem na rodoviária.
A jovem participava de um protesto contra o governo Michel Temer (PMDB) no Centro de São Paulo quando teve o olho esquerdo perfurado por estilhaços de uma bomba disparada pela Polícia Militar.
O procedimento preparatório não é investigatório, mas reúne informações e faz questionamentos aos envolvidos para avaliar se há indícios ou não da prática de ato ilícito, conforme o MPF. A análise pode desencadear em arquivamento ou abertura de uma ação civil pública, para que haja a devolução dos recursos aos cofres públicos.
O objetivo é verificar se há eventual irregularidade na ajuda da UFABC à estudante.
O grupo que fez a representação, intitulado “UFABC Livre”, alega que houve mau uso de recursos públicos, humanos e materiais da universidade para apoiar a aluna por um fato que ocorreu fora do período de aulas. Em sua página no Facebook, o grupo se mostra apoiador do Movimento Brasil Livre (MBL) e mostra vídeo da palestra de Fernando Holiday e Kim Kataguiri, líderes do movimento, na universidade.
Segundo a denúncia, a Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas da UFABC designou uma psicóloga e uma enfermeira para visitarem a aluna no dia 1º de setembro e também deslocou um carro da universidade para buscar o pai de Deborah no Terminal Tietê, em São Paulo, e levá-lo ao Câmpus Santo André da universidade, onde a jovem vive, no dia seguinte.
A universidade respondeu ao grupo que, conforme a Constituição Federal e seu Estatuto interno, possui autonomia sobre a gestão financeira e patrimonial e que cabe à Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários “formular, propor e conduzir políticas afirmativas e as relativas a assuntos comunitários”.
A univesidade disse que “mostra-se possível e legal a utilização de recursos da UFABC para a realização de um dos objetivos da universidade, relacionado à promoção de assistência à comunidade universitária, incluindo-se o atendimento psicossocial” a Deborah e que gastou aproximadamente R$ 14,26 de combustível com o deslocamento do pai da aluna, conforme a representação do UFABC Livre.
A UFABC informou, em nota ao G1, que ainda não foi notificada formalmente sobre a apuração e que, caso seja notificada, “prestará todos os esclarecimentos necessários”.
Veja a íntegra da nota da Universidade:
“Informamos que a Universidade Federal do ABC, assim como a imprensa, tomou conhecimento da investigação do Ministério Público Federal pelas redes sociais de internet, porém ainda não recebeu nenhuma notificação formal. Caso seja notificada, a Universidade prestará todos os esclarecimentos necessários para a investigação do caso pelo MPF.
Até o esclarecimento da situação, a UFABC respeitará o pedido da aluna por discrição e não divulgará mais dados sobre o caso.”
Ferimento no protesto
A manifestante Deborah Fabri foi ferida no olho durante um ato que acabou em confronto entre policiais e manifestantes. Segundo testemunhas, ela teria sido atingida por estilhaços de uma bomba da Polícia Militar.
Após o ato, a jovem postou em uma rede social a mensagem: “Oi pessoal estou saindo do hospital agora. Sofri uma lesão e perdi a visão do olho esquerdo mas estou bem. Obrigada pelas mensagens e apoio logo logo respondo todos!!!”.
Ao menos 20 mil pessoas participaram do ato, segundo a Frente Brasil Popular e a CUT. A PM não divulgou números.
O Hospital de Olhos informou em boletim médico que a paciente “foi internada em nosso serviço às 2h37 do dia 1º de setembro de 2016, com trauma na região da face, escoriações nas pálpebras e região malar esquerda, e lesão perfuro contusa no olho esquerdo”. Deborah passou por cirurgia de urgência. O hopital também disse que “por ser tratar de um procedimento de alta complexidade oftalmológica, o prognóstico requer cuidados especiais”.
A Ouvidoria das polícias do Estado pediu que a Secretaria de Segurança e a Corregedoria da PM investigassem o caso.
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