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Por Marina Baldoni Amaral

Foto: Marcello Casal Jr/ABr - Agência Brasil

O velocista Wendel Silva Soares na prova de 400 metros para cadeirantes, nos Jogos Panamericanos de 2007, no Rio de Janeiro. Foto: Marcello Casal Jr/ABr – Agência Brasil

“Graças ao sucesso dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que muitas pessoas declaravam um fracasso antes de acontecer, as vendas de ingressos para os Jogos Paralímpicos estão aumentando exponencialmente. Que bom!”, destaca o pesquisador Luciano Cerqueira, do Grupo Estratégico de Análise da Educação Superior (GEA-ES) da Flacso Brasil e doutorando do Programa de Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH) da UERJ,  no artigo Nem todxs são paralímpicos, mas todxs vencedorxs, que aborda a relação da sociedade brasileira com as pessoas com deficiência.

“Segundo o Secretariado da OCDE a proporção das pessoas com deficiência é nitidamente mais elevada nos grupos com menos instrução. Em média, 19% das pessoas menos instruídas têm uma deficiência, em comparação com 11% das mais instruídas. Já o Banco Mundial estima que 20% das pessoas mais pobres tenham algum tipo de deficiência. Segundo PNUD, isto faz com que 80% das pessoas com deficiência vivam nos países em desenvolvimento. Mais uma vez, os mais pobres, em geral menos instruídos, são as vítimas”, destaca Cerqueira.

No campo da Educação, o pesquisador apresenta “dados divulgados em 2015 pela SECADI, de 2003 a 2014, a inclusão na educação básica brasileira passou de 29% para 79%, o que significa crescimento de 381%. O número de estudantes, que era de 145.141 no início da década, chega atualmente a 698.768. Mas isso não basta, pois, segundo a UNESCO, nos países em desenvolvimento 90% das crianças que vivem com algum de deficiência não frequentam a escola. Ainda temos um longo caminho pela frente.

Esse é apenas um obstáculo, ter uma educação – mesmo que mínima – mas que permita à pessoa com deficiência procurar emprego. Segundo a OIT cerca de 386 milhões de pessoas em idade de trabalhar são deficientes. Mas em alguns países elas somam 80% dos desempregados. Esses números são justificados com as mais variadas desculpas. Os empregadores acham, com frequência, que as pessoas com deficiência não são capazes de trabalhar, ou, se assumem que são capazes, dizem que os custos da adaptação destas pessoas ao local de trabalho são muito altos. E olha que no Brasil empresas com mais de 100 funcionários são obrigadas a ter em seus quadros pessoas com alguma deficiência. Quem está fiscalizando a Lei?”, questiona.

Confira aqui o artigo completo.

Foto: Marcello Casal Jr/ABr – Agência Brasil