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Novo contrato restringe atividades práticas ao hospital universitário.
Até então, também havia aulas no Paranoá, Itapoã e São Sebastião.

Estudantes de medicina da Universidade de Brasília fecharam por cerca de meia-hora a L2 Norte na manhã desta quarta-feira (16) em protesto contra alterações nos contratos de ensino com a Secretaria de Saúde, que passaram a restringir as atividades práticas apenas ao Hospital Universitário (HUB). O G1 procurou a pasta, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.

Até então, o grupo fazia as aulas de forma dividida: atenção primária (ações de prevenção em centros de saúde e Unidades Básica de Saúde, como vacinação e Programa Saúde da Família) e secundária (detecção precoce de doenças, com rastreamento de cânceres e outros exames) nas regionais do Paranoá, São Sebastião e Itapoã. A atenção terciária (tratamento, já para evitar a progressão de doença) e quaternária (áreas como transplantes, neurocirurgia, quimioterapia, radioterapia, cirurgia de retirada de tumores) no HUB.

Com cartazes, panfletos e rostos pintados, o grupo afirmou que as mudanças irão inviabilizar aprendizado dos alunos e o funcionamento do hospital universitário. O ato começou as 10h, com cerca de 150 pessoas. Da L2 Norte, o grupo segui para a Faculdade de Saúde.

Alunos de medicina da UnB durante manifestação contra mudanças em contrato de serviço do Hospital Universitário (Foto: Mateus Vidigal/G1)

Alunos de medicina da UnB durante manifestação contra mudanças em contrato de serviço do Hospital Universitário (Foto: Mateus Vidigal/G1)


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

“Os cenários de prática do currículo da medicina UnB estão sendo ameaçados por uma atitude arbitrária do governo do Distrito Federal”, diz o panfleto dos estudantes. “Não abriremos mão de um currículo de qualidade para o curso […], ainda mais quando a prestação de serviços à população vem sendo ameaçada.”

De acordo com o superintendente do HUB, Hervaldo Sampaio Carvalho, o novo contrato prevê aumento no número de consultas feitas na unidade. São, atualmente, 140 mil por ano. Ele também disse que o orçamento proposto pela Secretaria de Saúde não corresponde às exigências do aumento da demanda.

Estudantes de medicina da UnB mostram cartazes durante manifestação contra mudanças em contrato de serviço do Hospital Universitário com a Secretaria de Saúde (Foto: Mateus Vidigal/G1)

Estudantes de medicina da UnB mostram cartazes durante manifestação contra mudanças em contrato de serviço do Hospital Universitário com a Secretaria de Saúde (Foto: Mateus Vidigal/G1)


 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

“Atualmente, o hospital recebe cerca de recebemos 2,5 milhões do governo federal, que é pago pela secretaria por se tratar do órgão responsável pelo SUS na região. Apesar de a nova proposta ser de R$ 5 milhões, as exigências de atendimento levariam os nossos gastos para cerca de R$ 7,5 milhões. É inviável para o HUB aceitar esse novo contrato, os gastos extrapolariam o orçamento”, disse.

Ainda de acordo com Carvalho, o último contrato com a secretaria venceu em junho de 2013. Desde então, o hospital e o governo negociavam o novo acordo de ensino.

Estudantes da Universidade de Brasília distribuem panfletos a passageiros de ônibus na L2 durante manifestação nesta quarta-feira (15) (Foto: Mateus Vidigal/G1)

Estudantes da Universidade de Brasília distribuem panfletos a passageiros de ônibus na L2 durante manifestação nesta quarta-feira (15) (Foto: Mateus Vidigal/G1)