Por Marina Baldoni Amaral
O seminário Soluções efetivas em educação reuniu secretários estaduais, técnicos e especialistas em Educação e representantes da sociedade civil do setor educativo para compartilhar experiências exitosas relacionadas a temas e dificuldades específicas enfrentadas pelos sistemas educativos no Brasil. O evento, promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), aconteceu em Brasília, na quinta-feira (5).
A coordenadora do Programa de Estudos e Políticas sobre Juventude da Flacso Brasil, Miriam Abramovay, participou da mesa Ensino Médio: Fortalecendo o clima escolar e a relevância educacional ao lado de representantes das secretarias estaduais de educação de Pernambuco, Minas Gerais e Rio de Janeiro, do Instituto Co-Responsabilidade pela Educação e do Instituto Ayrton Senna.
Abramovay destacou que não se pode esquecer que o “foco da escola é o jovem” e que devem ser levadas em conta a diversidade entre as várias juventudes, seja ela racial, social, cultural, de gênero, entre outras. A pesquisadora trouxe dados que revelam que a escola muitas vezes é um espaço de violento. A pesquisa Diagnóstico Participativo das Violências nas Escolas: Falam os Jovens indica que 70% dos estudantes relatam ter sofrido algum tipo de violência na escola no último ano. “Temos que repensar essa escola” e “resgatar o compromisso social da juventude com a participação”, disse.
Ela defendeu o protagonismo como fator fundamental para o sucesso das políticas de educação. Citando resultados das pesquisas Juventudes nas Escolas, sentidos e buscas: por que frequentam? e do Diagnóstico Participativo das Violências nas Escolas: Falam os Jovens, ela falou que essa é uma das principais reivindicações dos jovens: “Eles não participam da cultura escolar e a escola fecha as portas para a cultura jovem”, disse, lembrando que a comunidade escolar tem uma visão “adultocêntrica” e muitas vezes “criminaliza a figura do jovem”.
Abramovay afirmou que movimentos de ocupação de escolas estaduais em diversas regiões do país são reflexo dessa demanda por protagonismo nas políticas de educação. “Eles estão gritando alto e nós temos que escutá-los”, disse.
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