Universidade está em greve e pede melhorias na educação e na saúde.
‘Não é somente por salários’, diz funcionária do Hospital Pedro Ernesto.
O festival “Uerj Hupe Resistem”, que acontece na noite desta terça-feira (3), lotou a Concha Acústica da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, no Maracanã. As atrações artísticas estão programadas até as 23h.
Os alunos, professores, funcionários terceirizados e profissionais do hospital Pedro Ernesto, que estão em greve unificada desde o dia 7 de março, pedem melhorias na educação e na saúde do estado, com o repasse das verbas atrasadas, pagamentos dos salários e investimento nas condições de trabalho.
A fonoaudióloga Margareth Atianezzi, que trabalha há 30 anos no Hospital Pedro Ernesto,
explica que a manifestação cultural é uma forma de mostrar que o hospital universitário e a Uerj têm um história no estado do Rio.
“O festival é nosso grito pelo não sucateamento da saúde e da educação do estado. Ele promove uma interação entre toda a comunidade da Uerj: professores, alunos, terceirizados, todas as unidades da universidade numa grande manifestação cultural. Estamos correndo um risco sério de perder um patrimônio. É a maior e mais antiga universidade, com um dos mais importantes hospitais do pais. Lutamos pela falta de repasse do governo. Foi a forma que encontramos de reunir e gritar para a população a nossa luta, que não é somente por salários.”
Margareth, que é uma das produtoras do festival, ressalta que não há como terminar a greve porque faltam condições de trabalho.
“Se hoje a gente termina a greve, a gente não tem condições de trabalhar e estudar, porque a falta de pagamentos e verbas precariza nossa atuação. Cada um participa por uma razão. Alguns por razões pessoais, outros — como esses adolescentes menores de idade, moradores de comunidades — vêm porque são nossos pacientes. Alunos, ex-alunos, artistas, que têm uma história com esse espaço. Isso aqui faz parte da historia do Rio.”
O aluno Jeferson Henrique da Silveira da Silva, de 16 anos, do Colégio Estadual Professor Clovis Monteiro, reforçou a importância de toda a comunidade estudantil apoiar as lutas dos estudantes. “Eu não estudo aqui. E eu não tenho condições de estudar, porque não consigo passar pra cá pela minha base de estudo e nem pagar um pré-vestibular decente. Mas eu quero um dia chegar, esse espaço pode ser meu e é por isso que essa luta também é minha.”
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