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Com o fim da segunda fase do vestibular, professores focam no ENEM.
Medida foi aprovada nesta quarta-feira (27).

Iara DinizDe A Gazeta

Após as aulas, universitários deixam a Ufes, em Goiabeiras. O dia foi calmo no campus, ao contrário de quarta-feira (Foto: Guilherme Ferrari/ A Gazeta)

Após as aulas, universitários deixam a Ufes, em Goiabeiras. O dia foi calmo no campus, ao contrário de quarta-feira (Foto: Guilherme Ferrari/ A Gazeta)

Com a adesão do Sisu como processo único de seleção para a entrada de alunos na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), os cursinhos de pré-vestibular e as escolas começaram a modificar o método de ensino. O fim das questões discursivas vai transformar algumas estratégias dos professores, que vão preparar os alunos para uma única prova: o Enem.

No cursinho pré-vestibular COC, as mudanças começam no próximo mês, com a antecipação de simulados. “A gente costumava iniciar em agosto um curso para trabalhar só questões nos moldes da prova, mas resolvemos já aplicar isso a partir de maio. Vamos treinar bastante o modelo das questões do Enem, intensificar este trabalho que tem sido feito há um bom tempo”, destacou o diretor pedagógico do COC, Dorian Rangel.
Como a universidade pode dar pesos diferentes as disciplinas da prova, é importante que os estudantes entendam bem cada assunto. Pensando nisso, o colégio Salesiano vai preparar um plano personalizado para os alunos, detectando as principais dificuldades por meio de questões objetivas, nos moldes do Enem.
“A gente não vai mais trabalhar com as discursivas para a Ufes. Vamos aplicar simulados que apontarão as fragilidades de cada estudante. Com isso, criamos um plano individual para atender às necessidades e interesses de cada um”, declarou o orientador educacional do Salesiano, Fabiano Theobaldo.
Redação
Apesar do Sisu não contar com uma prova discursiva, alguns cursinhos não pretendem excluir totalmente a preparação para este tipo de prova. É o caso do COC e também do cursinho Darwin, onde a maioria dos alunos também presta vestibular em outros estados.
“Nosso simulado continuará tendo questões discursivas, mas vamos direcioná-las e trazê-las numa proporção menor. Não podemos acabar com este modelo porque muitos alunos têm interesse em outras instituições que ainda adotam duas fases de seleção. Vamos oferecer um treinamento específico para o Enem, mas sem deixar de lado as questões discursivas”, disse o diretor pedagógico da 3ª série e do pré-vestibular do Darwin, Mário Broetto.
A redação também é uma das preocupações das instituições de ensino, já que no modelo antigo de vestibular, ela não era avaliada pela Ufes. Com a prova do Enem sendo a única forma de seleção, a redação passará a contar pontos.
“Contratamos uma nova estratégia de correção de redação, nos moldes do Enem, que é bem diferente do vestibular. Assim, poderemos preparar melhor os alunos, com mudanças gradativas, para não haver grande impacto”, frisou Mário Broetto.
Quem ganha e quem perde
Perdem
Estudantes capixabas
Com a adoção do Sisu, a Ufes abre as portas para que estudantes de outros locais tentem uma vaga no Estado sem ter que fazer a prova aqui.
Alunos de baixa renda
Sem assistência estudantil, estes alunos não têm condições de se manter. Os índices de evasão podem aumentar.
Candidatos a cursos mais concorridos
Cursos como Medicina, Direito e engenharias tendem a ser mais concorridos, já que alunos de outros estados também concorrerão às vagas.
Ganham
Ufes
Além de ocupar as vagas ociosas, a universidade vai receber mais recursos e economizar custos com vestibular.
Estudantes de outros estados
Estudantes de fora do Espírito Santo poderão concorrer às vagas da Ufes.
Bons alunos da rede pública
Terão mais opções para concorrer ao vestibular e ingressar em uma instituição de ensino.
Cotistas
Terão bonificações no Sisu, serão favorecidos.