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Anne Elke, adolescente que participa da cobertura educomunicativa, acompanha a abertura das Conferências Conjuntas de DH e toma notas para escrever uma matéria. Foto: Paula Fróes

Anne Elke, adolescente que participa da cobertura educomunicativa, acompanha a abertura das Conferências Conjuntas de DH e toma notas para escrever uma matéria. Foto: Paula Fróes


Por Marina Baldoni Amaral

A educomunicação é uma estratégia importante para “expandir o direito dos jovens à comunicação”, defende Kauan Furtado, 16 anos. “Se somos protagonistas na luta por direitos, temos que ser protagonistas da comunicação também”, defende o adolescente cearense.

Ele faz parte do grupo de oito adolescentes que fará a cobertura educomunicativa das Conferências Conjuntas de Direitos Humanos. São jovens que registraram as Conferências Estaduais e participam, agora, da Conferência Nacional, com o apoio de cinco educomunicadores.

Vânia Correia, educomunicadora da Viração – uma organização não governamental que oferece cursos e oficinas em comunicação popular para jovens, educadores, grupos e comunidades em todo o Brasil – explica que esse processo tem como principal objetivo promover a liberdade de expressão e a participação de crianças, adolescentes e jovens, assim como contar a história do evento na perspectiva de meninas e meninos.

Para Kauan, a chave da educomunicação é justamente a confiança do jovem em outro jovem. “Quando os adultos olham nos olhos da criança e do adolescente, eles obtêm a resposta que eles querem ter, e não a que a gente tem para dar”.

O grupo entende a comunicação como um ato político e, portanto, “a cobertura é mais uma dimensão da participação de adolescentes nesse espaço da conferência”, diz Vânia. Para ela, “numa perspectiva educomunicativa, o processo é mais importante do que o produto final. Ele tem potencial de transformação individual e coletiva”.

Anne Ehlke, 17, é um exemplo disso. Ela conta que, por meio da cobertura educomunicativa da Conferência Estadual do Paraná, ela percebeu que crianças e adolescentes estavam envolvidos com políticas públicas e discutiam seus direitos. Ela acredita que participar da cobertura desses eventos “é uma ótima forma para crianças e adolescentes entenderem seus direitos e usar cada vez mais as mídias, que fazem parte de sua realidade, para contar essa história”.

O conteúdo produzido pelo grupo estará disponível na Agência Jovem, aqui na página da Flacso e na página da SDH.