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Grupos contrários e a favor do governo se manifestaram na noite de 2ª (21).
Bombas de gás e balas de borracha foram usadas pela PM no protesto.

Do G1, em São Paulo

PM separa manifestantes pró e contra Dilma na PUC (Foto: Suamy Beydoun/Futura Press/Futura Press/Estadão Conteúdo)

PM separa manifestantes pró e contra Dilma na PUC (Foto: Suamy Beydoun/Futura Press/Futura Press/Estadão Conteúdo)

A União Nacional dos Estudantes (UNE) afirmou, nesta terça (22), que reprova a forma como a polícia militar agiu no protesto de alunos da PUC-SP, em Perdizes, zona oeste de São Paulo, na segunda-feira (21). Foram usadas balas de borracha e bombas de gás para dispersar os manifestantes que defendiam o governo de Dilma Rousseff.

Um grupo de estudantes pró-impeachment levou um carro de som para a rua Ministro Godói, em frente a uma das portas da PUC, e discursou contra o PT. “Quem não pula é petista”, afirmava um dos gritos. Diante disso, alunos da universidade que defendem Dilma se posicionaram próximos ao caminhão e gritaram palavras de ordem como “golpistas, fascistas, não passarão”.

A polícia militar foi chamada e fez uma barreira entre os dois grupos. Bombas, balas de borracha e spray de pimenta foram usados em direção aos jovens contrários ao impeachment de Dilma. Para a UNE, “tudo corria bem, não fosse pela intervenção truculenta e claramente ideológica da polícia militar do Estado de São Paulo”, conforme afirma comunicado.

O texto também declara que a tropa tomou partido na manifestação e atacou violentamente os estudantes que “se posicionaram a favor da democracia”. “É evidente a  parcialidade da polícia paulista, que ‘bate continência’ para manifestantes que defendem o ‘tapetão’ e reprime duramente quem se posiciona de qualquer outra forma”, declara a UNE.

A instituição reforça que se empenhará na criação de “comitês permanentes de mobilização contra o golpe”.

“Não podemos admitir o surgimento de uma polícia política em plena democracia. O que aconteceu na PUC é um escândalo que precisa ser devidamente apurado, com a punição dos responsáveis”, afirma Carina Vitral, presidente da UNE. “Não bastasse usar força excessiva, novamente a tropa atira balas de borracha acima da linha da cintura dos manifestantes, ferindo na cabeça um jovem, o que é proibido pelo manual da própria corporação e já causou danos terríveis em manifestantes e profissionais da imprensa”, completa.

Em nota, a PUC-SP lamentou os “episódios de violência” e relatou o desentendimento de grupos políticos rivais posteriormente dispersados pela PM. De acordo com a instituição, diversos alunos, professores e funcionários foram atendidos no ambulatório da universidade com intoxicação provocada pelo gás. A PUC-SP confirmou que um dos estudantes foi de fato atingido na cabeça por uma bala de borracha e encaminhado para um pronto-socorro.

Secretário de Segurança defende PM
O secretário de Segurança do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, defendeu nesta terça (22) a postura da polícia militar. Afirmou que a PM agiu para “evitar badernas e brigas” .

Em relação a bombas de gás lacrimogêneo usadas, que chegaram a invadir casas da região e prédios da universidade, Moraes disse que “obviamente, toda vez dois grupos forem entrar em conflito a polícia precisa agir e vai agir”.

Em nota, a PM afirma que “policiais militares precisaram conter as agressões, com a utilização de bombas e elastômeros (balas de borracha), dispersando o grupo.”