Ocupação começou na noite de quarta (16) e segue até esta quinta (17).
Estudantes reivindicam espaço em prédio e desvinculação de engenharia.
Cerca de 60 alunos ocupam a Sede Ecoville do Campus Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) na manhã desta quinta-feira (17). Eles estão acampados no terceiro andar do Bloco A desde que terminaram as aulas na noite de quarta-feira (16).
A maioria dos estudantes cursa arquitetura e urbanismo, mas também há participação de estudantes de outros cursos, como design.
De acordo com o estudante Thiago Sales, que também é integrante do Movimento Estudantil da UTFPR, o grupo reivindica um espaço do prédio cedido aos alunos que foi tomado pela diretoria do campus no começo do ano letivo.
“Todos os móveis que conseguimos com doações e outras decorações foram retiradas. Ninguém avisou ou deu alguma justificativa. Nós estamos tentando ter um diálogo com a universidade há muito tempo já”, reclama.
Ainda conforme Thiago, os alunos também querem a desvinculação do curso de arquitetura e urbanismo com o de engenharia civil. “Muitas alunas reclamam que professores e alunos de engenhariasão machistas e opressivos”, relata.
Por fim, segundo o estudante, os alunos de arquitetura e urbanismo se sentem menosprezados pelo Departamento Acadêmico de Construção Civil (Dacoc). “Só vamos sair quando houver uma conversa com a universidade sobre tudo isso”, afirma.
O que a UTFPR diz
A representante da Diretoria de Graduação, Maria Tereza Garcia Badoch informou, por telefone, que em nenhum momento a universidade deixou de dialogar com os estudantes.
“Nós fizemos uma série de reuniões com o pessoal de arquitetura e de engenharia para discutir a ocupação de espaços. Foi conversado que eles deveriam retirar as coisas para que o espaço pudesse ser recuperado pela universidade”, diz.
Ainda segundo ela, em nenhum momento foi dito que o local no prédio tinha sido cedido aos alunos. “Não há nenhum documento que comprove isso. Além de intervenções artísticas, houve pichações. Queríamos o espaço de volta e isso foi comunicado a eles”, explica.
Quanto à desvinculação do curso de arquitetura e urbanismo ao de engenharia civil ainda é necessário fazer análise, conforme a representante. “Os cursos usam os mesmos ambientes. A desvinculação poderia prejudicar os próprios alunos, deixar os departamentos desfalcados. Quem sofreria as consequências seriam eles mesmos”, argumenta.
Ainda conforme Maria Tereza, a universidade está disposta a dialogar, de novo, com os universitários. “Não dizemos que as coisas são impossíveis e pronto. Podemos conversar e entrar em um consenso”, finaliza.
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