Alunos encontraram símbolo da Ku Klux Klan com mensagem ‘White Power’.
‘O IFCH está repleto de pichações racistas’, desabafa aluno em Campinas.
Uma pichação com dizeres racistas gerou polêmica entre alunos da Unicamp nas redes sociais após a aluna Camila Cassis, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), se deparar com a mensagem “White Power” (força branca) na parede, acompanhada de um símbolo com referência à seita Ku Klux Klan (KKK).
“Eu vi de manhã, saindo do banheiro feminino, fica bem na frente. Não vi ninguém escrevendo não. Só levei um susto porque aquilo com certeza não estava lá antes”, conta a universitária, que tirou uma foto e postou nas redes sociais nesta segunda-feira (7).
O movimento KKK nasceu nos Estados Unidos e pregava a supremacia branca como justificativa para a prática de atos de violência contra negros e imigrantes.
A Unicamp foi procurada pelo G1 para comentar o caso, mas o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas não quis se posicionar sobre o assunto.
Indignação se espalhou
Alguns alunos que viram a foto ficaram indignados. Matheus Gonçalves, que cursa ciências sociais, foi um deles.
Assusta ler um discurso de ódio no IFCH, ou na Unicamp, pois somos lembrados que a universidade não está descolada da sociedade, embora o cotidiano pareça nos vendar e nos distanciar da realidade. O ódio também encontra espaço aqui, até mesmo entre os alunos”, lamenta.
Outras mensagens pelo campus
O também estudante de ciências sociais, Bruno Ribeiro, que é negro e faz parte do Núcleo de Consciência Negra da Unicamp, conta que não é a primeira vez que mensagens racistas e nazistas são pichadas na universidade.
“O IFCH está repleto de pichações racistas. Temos uma série de imagens de suásticas (símbolo nazista) que foram feitas pelo campus. A novidade dessa vez foi que elas saíram dos banheiros. As pessoas estão tendo mais coragem de levar isso para a entrada de um instituto. Isso é preocupante”, afirma.
Mensagens não devem ser apagadas
O estudante pontua, contudo, que as mensagens devem continuar ali.
“Eu não sou a favor que sejam apagadas as pichações, mas que sejam feitas discussões sobre isso. A gente deve refletir. Eu, como estudante negro, fico pensando até que ponto vai chegar essa violência”, desabafa.
Ribeiro afirmou também que o Núcleo de Consciência Negra da universidade está elaborando uma nota de repúdio à pichação, que será divulgada entre a comunidade acadêmica.
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