Alunos da Unesp afirmam que programa amplia vivências na sala de aula.
Procurada desde sexta (26), a Capes não se manifestou sobre o assunto
Alunos e professores do curso de licenciatura em química da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara (SP) estão com medo do impacto que o corte do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) poderia provocar. Eles afirmam que o financiamento deve ser reduzido e isso vai prejudicar a formação dos futuros professores. Procurada desde a última sexta-feira (26), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) não se manifestou.
Os alunos beneficiados pelo programa recebem auxílio de R$ 400 e têm a oportunidade de vivenciar experiências nas salas de aula. Professores que supervisionam no mínimo cinco e no máximo dez bolsistas recebem R$ 765 e a coordenação recebe R$ 1.400.
“Existem casos de alunos que resolveram ser tornar professores devido ao cotidiano na sala de aula proporcionado pelo Pibid”, contou Amadeu Bego, professor da disciplina de metodologia de ensino.
“Com o estágio, os alunos ficam apenas um mês nas instituições e sofrem algumas barreiras, como não conseguir entrar na sala de aula e perder a oportunidade de vivenciar realmente a experiência de um professor. Já com o Pibid existe uma formalidade que ajuda o professor da escola pública economicamente para amparar os alunos da faculdade”, explicou.
“A partir do Pibid, os alunos têm um contato com a escola e com o aluno, o que eu acho fundamental para quem vai ingressar na carreira de professor”, disse a estudante Nathalia de Carvalho Sampaio. “Existe uma ajuda na escola, na faculdade e na formação de novos professores”, completou.
Mobilização
No último dia 24, houve uma mobilização nacional para que o corte fosse revisto. Em Araraquara, o movimento foi marcado pela doação de sangue de alunos e professores e as ações surtiram efeito. O ofício que informava que as bolsas não seriam prorrogadas foi cancelado, mas a insegurança permaneceu. “Ainda estamos com medo de que o corte aconteça”, disse Bego.
“Com o Pibid eu tenho uma bagagem que no estágio eu não iria conseguir e não me sentiria preparada para entrar na sala de aula. Esse projeto é de extrema importância, ajudamos alunos do ensino médio da escola pública e eles procuram tirar dúvidas com pessoas da nossa faixa etária por vergonha dos professores”, contou a futura professora de química Juliana Aparecida Marques.
“A profissão já é muito pouco valorizada e o corte do projeto vai desestimular muitos alunos, já que é nas escolas que vivenciamos o cotidiano dentro da sala de aula”, finalizou a universitária Rafaela Valero da Silva.
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