Por Marina Baldoni Amaral
Foram publicados cinco novos artigos de opinião do Grupo Estratégico de Análise da Educação Superior no Brasil (GEA-ES), que abordam temas relacionados à democratização do acesso ao ensino superior no país. As publicações podem ser acessadas na biblioteca virtual do projeto.
Os artigos O novo habitus de estudantes da universidade pública no interior do nordeste – dos pesquisadores da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) Patricia Bandeira de Melo , Luís Henrique Romani Campos e Alexandre Zarias – e Cor e curso na interiorização de uma Universidade Federal – de Hustana Maria Vargas, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) – tratam o recente fenômeno da expansão de instituições de ensino superior para municípios no interior do país.
No primeiro artigo, os autores apresentam informações de questionários e grupos focais realizados com alunos das instituições interiorizadas, com o objetivo de observar a consistência do processo, “considerando como as carreiras e os sonhos desses universitários foram modificados com a nova realidade”.
Na segunda publicação, Vargas investiga se as chances de ingresso nos vários cursos aumentam para candidatos negros com o aumento de vagas em universidades federais, principalmentee no turno da noite e em unidades fora dos grandes centros urbanos. A pesquisadora apresenta um estudo de caso da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Em O Prouni e a democratização do acesso à educação superior no brasil: os diferentes sentidos de uma política pública, Eugenia Portela de Siqueira Marques – coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) – aborda diferentes aspectos do Programa Universidade para Todos (ProUni), criado em 2005 pelo Ministério de Educação, que concede bolsas de estudo integrais e parciais a estudantes brasileiros sem diploma de nível superior, aprovados em instituições privadas de educação superior.
Ela discute o perfil e a eficácia dessa política que “recebeu apoio de diversos setores da sociedade que acreditaram na possibilidade de democratização do acesso à educação superior e de inclusão social por meio de ação afirmativa” e “também recebeu críticas de segmentos que apontavam, entre outros aspectos, que o programa constituía-se em uma manobra do Executivo para favorecer as instituições de educação superior privadas, por meio de renúncia fiscal”.
No artigo A parceria entre universidade e movimentos sociais na ampliação do acesso e permanência ao ensino superior público, Vinicius Santos Fernandes, estudante de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), analisa o papel dos movimentos sociais com a implementação de políticas públicas de ação afirmativa nas universidades brasileiras, “que pretendem transformar essa organização social em um espaço democratizado e de interferência”.
Em Ingresso na universidade pelo sistema de cotas: entre desafios e sentidos diversos, Andrea Bayerl Mongim – pós-doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e pesquisadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro – apresenta resultados parciais uma pesquisa etnográfica feita com estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) que ingressaram na instituição por meio do sistema de cotas, oriundos de famílias de classes populares. Ela analisa o processo de ingresso de estudantes de Medicina e Ciências Sociais, representativos de configurações relativamente diferenciadas, destacando desafios, dilemas e constrangimentos.
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