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Decisão deve ser tomada em nova assembleia na quinta-feira (8).
Categoria está paralisada desde 29 de maio.
Caio Fulgêncio
Do G1 AC

Em assembleia nesta terça-feira (6), categoria avaliou propostas do governo federal (Foto: Amanda Borges/Ascom-Adufac)

Em assembleia nesta terça-feira (6), categoria
avaliou propostas do governo federal
(Foto: Amanda Borges/Ascom-Adufac)

Em greve há mais de 130 dias, os professores da Universidade Federal do Acre (Ufac) devem deliberar sobre o fim ou permanência da greve na quinta-feira (8). A decisão foi tomada em assembleia nesta terça-feira (6) com mais de 100 pessoas. Segundo João Lima, integrante do Comando de Greve e vice-presidente da Associação dos Docentes da Ufac (Adufac), a categoria tem analisado as propostas do governo federal.

“De um lado, rejeitamos a proposta do governo de índice salarial por não atender a reposição da inflação, por outro, mantemos o sentimento de que a greve continua até a quinta-feira [8], quando, em reunião de pauta única, vamos submeter à assembleia a aprovação da continuidade ou saída unificada da greve”, diz.

De acordo com Lima, se a maioria decidir pela finalização da greve, as atividades devem ser retomadas entre os dias 13 e 16 deste mês. Ele defende que, mesmo com o fim da paralisação, a luta contra a não privatização do ensino público vai continuar.

“Apontamos para a sociedade que, apesar desse momento que estamos recuando da greve, a luta continua pela carreira. É uma luta enfrentando os ataques privatistas do governo, que consistem em desmontar a universidade pública para favorecer o ensino privado”, acrescenta.

Greve da Ufac

Os professores da Ufac aderiram ao movimento nacional e deflagraram greve no dia 29 de maio, no campus de Rio Branco e em Cruzeiro do Sul. Dentre as reivindicações, a categoria pede melhores condições de trabalho e valorização salarial. Os docentes são contra o risco da contratação de profissionais terceirizados e defendem a autonomia da instituição.

No dia 17 de agosto, a Ufac publicou, em sua página na internet, uma circular enviada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão em que era cobrado o corte dos salários dos servidores federais em greve. Contrariando a nota, o reitor Minoru Kimpara negou o pedido e garantiu que não haveria o corte. Apesar de reconhecer a atitude do reitor como positiva, o Comando de Greve o criticou por não discutir com a categoria pautas específicas da instituição.

No dia 28 de agosto, um grupo de servidores da Ufac realizou um novo protesto em frente ao campus em Rio Branco. Na ocasião, os grevistas seguiam uma iniciativa nacional para pressionar o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, a receber representantes do movimento.

No dia 27 de agosto, docentes e servidores de diversas outras categorias se reuniram em protesto no Centro de Rio Branco com cartazes e carro som. A ideia era chamar atenção para a qualidade dos serviços públicos prestados por cada órgão. Na manifestação tinham também representantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre (Ifac) e Instituto Nacional do Seguro Social do Acre (INSS).

Em nota, o Ministério da Educação, chegou a dizer que “está aberto ao diálogo com todas as entidades representativas dos docentes e técnicos administrativos das instituições federais”. O órgão salientou que “tem acompanhado a mesa de negociação salarial com as entidades representativas e o Ministério do Planejamento”. Disse também que “em 2015 docentes e técnicos administrativos das instituições federais já tiveram reajuste por conta do acordo de 2012”. O Ministério do Planejamento é quem está responsável pelas negociações salariais.