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Aulas serão retomadas no dia 5 de outubro, mas mobilização continua.
Calendário de reposição das aulas ainda será definido.

Depois de quatro meses de greve, os professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) decidiram suspender a paralisação. Em assembleia realizada nesta terça-feira (29), a maioria do corpo docente da instituição concordou com a proposta do Comando Local de Greve. As aulas serão retomadas na segunda-feira (5).
O calendário de reposição das aulas ainda será definido. Na assembleia, ficou acordado que será garantido aos estudantes o direito à reposição integral das aulas interrompidas, tanto na graduação quanto na pós-graduação.
A assembleia geral desta terça contou com a participação de 576 professores – um dos maiores quóruns da história, segundo o sindicato da categoria. Foram realizadas duas votações. Na primeira, 464 votaram pelo encerramento da paralisação, 94 pela permanência, e nove se absteram do voto. A segunda votação foi para determinar a data de retorno das aulas. Enquanto 208 professores defenderam a volta imediata às atividades, 271 aprovaram a retomada no dia 5 de outubro.
Apesar da decisão de retomarem os trabalhos, os professores manterão a mobilização para cobrar as melhorias exigidas. Uma nova assembleia já está marcada para a terça-feira (6.) Ainda na segunda-feira (5), os professores pretendem realizar um ato, às 15h, na Praça Arariboia.
Paralisação nacional
A greve nacional nas instituições federais foi desencadeada após cortes nos orçamentos. Trabalhadores terceirizados foram os primeiros a cruzarem os braços, por ficaram sem receber salários. Segundo o presidente da ADUFRJ, Cláudio Ribeiro, só na verba de investimento da UFRJ o corte foi de 47%, impedindo retomar ou iniciar muitas obras necessárias de manutenção dos edifícios da universidade. “A reitoria estima que vai fechar o ano com um déficit de R$ 300 milhões”, disse.
Ainda segundo Ribeiro, as negociações estariam paradas porque “o Ministério da Educação desconsiderou a pauta [de reivindicações]”, não recebe as entidades representantes do movimento grevista e não responde aos questionamentos dos setores envolvidos.
“Tem que ter uma condição de trabalho digna para o professor, tem que garantir que os técnicos administrativos tenham uma perspectiva de melhorias da carreira e tem de garantir aos estudantes a qualidade de ensino”, enfatizou Ribeiro.
Por meio de nota, o MEC disse estar “atuando no sentido de garantir os recursos de custeio necessários para o funcionamento das universidades e dos institutos federais”. Segundo o comunicado, o ajuste orçamentário do governo federal impactou em R$ 1,9 billhão do total de quase R$ 9 bilhões previstos no orçamento 2015 para as instituições federais.