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Com medo e insegurança, estudantes relatam mudanças na rotina.
Aluno de Letras foi baleado dentro do campus em tentativa de assalto.

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Vitória Amiz, 19, de Letras, e Mary Ellen, 23, de Letras e moradora do Crusp (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)


Andar em grupos, sair mais cedo, deixar de participar de cursos e palestras à noite são algumas das medidas já adotadas na rotina de alunos da USP. O caso do aluno de Letras que foi baleado em uma tentativa de assalto na noite desta terça-feira (1) se somou à sensação de medo insegurança já instalada entre os alunos da universidade. Ele segue internado, mas não corre rispo de morte.

Nesta quarta-feira, a Secretaria da Segurança Pública anunciou que o novo modelo de policiamento no campus começa na próxima segunda-feira (leia mais abaixo).

“No ultimo semestre perdi todas as segundas aulas”, contou a estudante de Letras Gabriela Barizon, de 22 anos. As “segundas aulas” são as últimas do turno da noite, e algumas terminam 23h. “Além do transporte estar ruim, a iluminação é péssima”, contou Gabriela. Ela disse que deixa de fazer disciplinas que tem interesse de outros cursos por serem à noite, e, assim, não aproveita tudo o que a faculdade oferece. “Eu me sinto muito lesada”, completa.

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Stella Garib, 20, de Letras e do coletivo Marias Baderna (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)

Em 2014, o coletivo de mulheres feministas de Letras, o “Marias Baderna”, levou até a reitoria algumas medidas que consideram simples e essenciais para a segurança, como poda das árvores e melhor iluminação. Segundo a integrante do coletivo Stella Garib, de 20 anos, o grupo nunca teve resposta da universidade.

O coletivo também pede um efetivo maior de guardas universitárias mulheres, que estejam mais preparadas para atender casos de violência contra a mulher. Stella já foi assaltada e também sai mais cedo das aulas. Em nota, a USP informou que implantou um novo sistema de iluminação e monitoramento de áreas comuns.

Moradora do Conjunto Residencial da USP (CRUSP), Mary Ellen, de 23 anos, disse que não anda sozinha depois das 18h. Para ela, na USP, “todo tipo de violência é muito velada”, e só alguns casos mais graves chegam ao conhecimento de todos. A estudante também reclamou da falta de medidas simples, como melhorar a iluminação. Além disso, Mary acredita que a universidade deveria ser “mais pública”, que com mais gente na universidade, a segurança seria maior. Ela reclama da burocracia do acesso ao campus nos finais de semanas e feriados.

Olga Roschel, de 21 anos, contou que a escolha do período matutino de Letras em vez do noturno foi feita por causa da segurança, mesmo com a possibilidade de se prejudicar, já que para trabalhar o noturno é mais indicado. “Tem poucos ônibus, você fica muito tempo esperando no ponto, no escuro”, reclamou a estudante. Ela também acredita que a faculdade deveria tentar atrair mais a comunidade externa. “O campus deveria ser mais povoado. Quanto mais gente, mais seguro fica”.

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Isabela Mouzinho, 21, e Olga Roschel, 21, alunas de Letras e integrantes do Centro Acadêmico (Foto: Paula Paiva Paulo/G1)

Baleado

O barulho do tiro disparado por criminosos nesta terça contra o estudante foi ouvido por alunos que estavam dentro da sala de aula. “A gente ouviu um barulho de tiro assim muito forte e, quando o pessoal olhou na janela, tinha umas pessoas correndo e um cara de moto que saiu correndo também na moto”, conta Verônica Tozarini, estudante de Letras.

A mãe de outro aluno estava estacionando o carro na hora do crime e viu o estudante sendo baleado. “A gente tava conversando e, de repente, começou a escutar um barulho, um som, parecia tiro. Quando a gente olhou, viu o rapaz correndo na frente dizendo ‘não, não tenho’, falando algo, e dois caras atirando atrás”, conta.
Três adolescentes suspeitos foram apreendidos e encaminhados para a Fundação Casa.

Segundo testemunhas, após ser baleado, Alexandre saiu correndo pedindo socorro e caiu na escada em frente ao prédio da faculdade. Ainda de acordo com testemunhas, a vítima teria reagido ao assalto.

O pai do estudante, o aposentado Alberto de Oliveira Cardoso, estava em uma festa de família quando recebeu a notícia que o filho havia sido baleado.
“Tava comemorando o aniversário do meu filho mais velho e quando, na verdade o sogro dele falou, me ligou, aí deu aquele baque. Aí nós viemos pra cá”, disse. Segundo o aposentado, o filho está fora de perigo após passar por uma cirurgia.

Em nota, a reitoria da USP lamenta profundamente a ocorrência de mais um caso de violência. Garantir a segurança dos usuários do campus tem sido uma das principais metas da administração da universidade.

Novo policiamento

A Secretaria da Segurança Pública anunciou que o novo modelo de policiamento no campus começa na próxima segunda-feira (7), segundo o SPTV. O novo projeto de segurança para a Universidade de São Paulo (USP) será executado por policiais que tem a mesma faixa etária e formação semelhante à dos estudantes.

Na ocasião do lançamento do modelo de policiamento comunitário, Moraes afirmou que os policiais deverão ser voluntários, com formação universitária, e ficarão trabalhando apenas no campus. A faixa etária preferencial será até os 26 anos.

Na reunião, estava presente José Gregori, da Comissão de Direitos Humanos da universidade. “O projeto não foi rechaçado. Fizemos algumas sugestões e achamos que o modelo americano, por exemplo, é mais próximo da realidade que o japonês”.
O secretário Alexandre de Moraes disse que o modelo americano treina os próprios guardas e que, para que isso seja feito, uma nova lei precisaria ser aprovada. “Os guardas da USP não teriam poder de polícia para fazer a segurança. Aliás, nem a nossa Guarda Municipal tem poder de polícia”.

O patrulhamento deverá ser feito por entre 80 a 120 policiais militares. Segundo Moraes, os policiais estão sendo treinados para o método e terão um colete com identificação diferente, como policiamento comunitário da USP.
Um Conselho Comunitário de Segurança vai atuar dentro do campus e será formado por representantes das polícias Civil e Militar, professores, funcionários e alunos.

Nos últimos anos, uma série de casos de violência e abuso sexual foram registrados dentro da Cidade Universitária e em outros campi da USP e de outras universidades públicas e particulares paulistas. A Assembleia Legislativa chegou a criar uma CPI para investigar os casos.