RIO – Ontem, os alunos da UFRJ decidiram continuar com a greve — por 667 votos a favor da permanência e 619 contra — que completará cem dias no próximo sábado. A reivindicação é contra os cortes do governo na verba da educação e pela autonomia da instituição. Uma das pautas, pelo menos, deixou de ser requisitada: a prioridade para a assistência estudantil.
Através de um documento, a reitoria da UFRJ oficializou que a construção de bandejões, moradias estudantis e o aumento de bolsas serão suas principais determinações nos próximos anos. O reitor Roberto Leher afirmou no documento que a conquista é resultado da “forte mobilização estudantil, que vem protagonizando uma greve histórica”.
O anúncio ocorre no mesmo momento em que a universidade afirma não ter recursos suficientes para sua manutenção.
“O orçamento previsto para a UFRJ em 2015 era de R$ 438,4 milhões, mas a partir dos cortes anunciados pelo Governo Federal vamos receber cerca de R$ 70 milhões a menos. Isso, devido à redução de 10% em verbas para custeio e 50% nos recursos para investimentos”, afirma a nota assinada por Roberto Leher, reitor da instituição.
Ainda assim, a UFRJ diz que conseguirá assumir os compromissos firmados.
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Estas reivindicações não são novas. Durante a ocupação da reitoria, em julho durante a gestão do reitor Carlos Levi, o dirigente assumiu compromisso com os estudantes no fornecimento de assistência estudantil, mas não deu prazos.
No atual documento, cada promessa passa a ter uma data estabelecida para o início de sua implementação. As obras do alojamento estudantil, por exemplo, estarão concluídas até o final de 2016 com um orçamento de R$ 22,5 milhões. Já os bandejões de Macaé, Duque de Caxias e Praia Vermelha terão suas obras iniciadas ainda este ano. Ainda assim, os estudantes na assembleia de ontem mostraram preocupação com a quantidade de iniciativas e a pouca verba.
A próxima assembleia dos estudantes está prevista para o dia 8 deste mês.
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