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Foto: Michelle Castilho

Por Marina Baldoni Amaral

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Foto: Michelle Castilho

“Mais um ano se passou e o que?” questionava Ana Paula de Oliveira, que perdeu o filho em 2013, quando ele tinha 19 anos. Johnathan de Oliveira Lima foi morto por um policial da Unidade de Polícia Pacificado (UPP) de Manguinhos, no Rio de Janeiro, com um tiro nas costas, quando voltava da casa da namorada.

Ela e outras mães de adolescentes e jovens assassinados por agentes do Estado se reuniram na noite de quarta-feira (22) em uma vigília para marcar os 22 anos da Chacina da Candelária. No episódio que marcou o país, oito adolescentes e jovens, com idades entre 11 e 19 anos, foram assassinadas por policiais militares enquanto dormiam em frente à igreja. Seis PMs foram julgados pela chacina. Três foram absolvidos. Os condenados, Nelson Oliveira dos Santos Cunha, Marcus Vinícius Emmanuel Borges e Marco Aurélio Dias de Alcântara, foram expulsos da corporação. Hoje estão em liberdade, beneficiados pela progressão de pena.

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Foto: Michelle Castilho

Fátima Silva, uma das fundadoras do Movimento Candelária Nunca Mais, explica que a vigília, que está no seu sexto ano, surgiu da necessidade de se criar um espaço para trabalhar o sofrimento das mães, que se emocionavam muito durante as missas anuais para marcar o aniversário da chacina. “Estão aqui mães que conseguiram fazer uma passagem do luto para a luta, uma luta legítima”, descreveu. Para Ana Paula, a vigília “é um momento de apoio, abraço, carinho entre as mães”.

Membros de movimentos sociais e entidades ligadas à defesa dos direitos da criança e do adolescente, também participaram do ato, que contou com depoimentos, dinâmicas de acolhimento, procissão e orações. A Flacso Brasil apoiou a equipe que coordenou o evento.

Carlos Nicodemos, vice-presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), também esteve presente. Para ele, a Candelária “revela que a efetivação do mais importante direito da criança e do adolescente, o direito à vida, ainda é um desafio para o Estado”. Nicodemos avalia que o extermínio de jovens “demarca o quanto ainda está inacabado o processo de efetivação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”.

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Foto: Michelle Castilho

Integrantes do grupo Mães de Maio, de São Paulo, também participaram do ato. Para Débora Maria da Silva, uma das fundadoras do movimento, “vivemos num estado democrático de  direito em que a pena de morte é decretada nas periferias”.

Fátima Pinho de Menezes, foi à vigília pela primeira vez este ano. Ela perdeu o filho Paulo Roberto, de 18 anos, em Manguinhos. Ele foi sufocado por um policial da UPP. “Não aconteceram mais mortes na Candelária”, disse,  “mas acontecem em outros lugares. Quem está perdendo os filhos somos nós: pobres, negros, da favela”

O ato também condenou as tentativas de redução da maioridade penal, em pauta no Congresso Nacional. “Os nossos políticos deveriam estar preocupados em diminuir os grupos de extermínio, não a maioridade penal”, disse Débora Maria, do Mães de Maio.

Deize Carvalho, mãe de Andreu, assassinado em 2008 por agentes do sistema socioeducativo do Rio de Janeiro,  acredita que “quem pede a redução não sabe o que é perder um filho.”

Galeria de Fotos

PROGRAMAÇÃO
Dia 22 Julho 
18h – Vigília das Mães (em frente Igreja da Candelária)
Dia 23 de Julho
10h – Missa e Ato Interreligioso (Igreja da Candelária)

12h – Caminhada e Ato Público (Candelária – Rua Primeiro de Março – parada na ALERJ – Rua Araújo Porto Alegre – Cinelândia)

15h – Audiência Pública Jovens vítimas da violência e Justiça Reparadora para Familiares (Participação Ministro Pepe Vargas/Direitos Humanos, Mônica Cunha (Movimento Moleque) e Débora Silva (Mães de Maio), Patricia Tolmasquim (Mov. Candelária Nunca Mais), Eufrásia das Virgens (Coordenadoria da Defensoria dos Direitos da Cri/adol – CDEDICA), Prof. Jacobo Waselfisz/Flacso Brasil e Conselheiros do Conanda (Auditório do Sindicato dos Jornalistas – Rua Evaristo da Veiga, 16, Centro)