Programa terá dois milhões de beneficiados a menos em relação ao ano passado
POR RAPHAEL KAPA
RIO – O anúncio do corte de vagas no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) despertou a angústia dos estudantes que planejam pleitear o benefício. O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, informou que o programa só abrirá um milhão de matrículas este ano, número que corresponde a um terço do total de 2014.
Para Rayane Corrêa, aluna do 3º ano do Colégio Estadual Antônio Houaiss, a notícia da redução do número de vagas trouxe preocupação.
— Já estava me programando, mas agora tudo fica mais complicado. Se com três milhões de vagas já era difícil ser sorteada, imagina agora que só vai ter um milhão — afirma Rayane, que pretende fazer o curso de Técnica de Informática no Senac de Madureira.
Caso não consiga ser uma das beneficiadas com o programa, Rayane, porém, não pensa em desistir.
— Conversei até com a minha mãe. Vou tentar outros caminhos pelo Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), mas sei que também teve vagas reduzidas. Vou tentar ainda bolsa no ProUni (Programa Universidade para Todos)… O problema é que a gente tenta se planejar, mas aí vem o governo e muda tudo — desabafa.
Caso nenhuma dessas alternativas dê certo, a família da estudante pretende apertar o orçamento familiar para que os estudos de Rayane possam ser pagos. A mesma situação é vivida por Pedro Nogueira, de 17 anos, da cidade de Fortaleza. Terminando o ensino médio, o jovem quer continuar seus estudos num curso de Técnico em Telecomunicações, mas, com o corte anunciado, teme perder a vaga.
— É muito ruim porque, quando você começa a pesquisar sobre o programa, os locais onde pode fazer cursos e passa a se interessar, eles cortam o número de vagas. Se eu não conseguir entrar, não sei se vou ter condições de bancar sozinho o curso e também não quero dar mais custos para minha família. — afirma Pedro.
Comentários