O ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe Vargas, disse nesta sexta-feira (8) que a ouvidoria da secretaria já recebeu 18 denúncias de violações de direitos humanos na ação da Polícia Militar do Paraná para reprimir protesto de professores do Estado, no último dia 29.
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Homem é ferido na orelha por policiais militares que jogaram bombas de gás e atiraram balas de borracha contra professores da rede estadual de ensino e servidores em greve que protestavam na praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico de Curitiba (PR), contra projeto, já aprovado, que autoriza o governador Beto Richa (PSDB) a usar recursos do fundo de pensão ParanaPrevidência como parte das medidas de austeridade e ajuste fiscal. Centenas de manifestantes ficaram feridos. (Foto: Giuliano Gomes/Estadão Conteúdo.)
O ministro admitiu que o número é alto e que pode até já ser maior, uma vez que o dado é de quarta-feira (6), quando recebeu a última atualização da ouvidoria da SDH. “Nós inclusive deslocamos nossa ouvidora nacional para o Paraná e ela deve trazer um relatório mais completo.”
A polêmica ação no Paraná deixou mais de 200 feridos, houve denúncias do uso de bombas, cachorros pitbull, de ação violenta de PMs e até de estudantes que foram obrigados por policiais a se despir.
O ministro de Direitos Humanos repetiu a cautela, disse que as denúncias serão encaminhadas de acordo com os procedimentos internos da pasta, mas reafirmou que há indícios “fortíssimos” de que houve “grave violação de direitos”.
“Continuamos acompanhando o caso com muita preocupação. Nossa posição é de que o direito à livre manifestação é fundamental. É obvio que houve um uso excessivo da força. Não se utilizou mecanismos tradicionais de mediação de conflito e, portanto, entendemos que é muito grave o que aconteceu lá.”
Pepe Vargas disse ainda que ele e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, haviam alertado o governo paranaense. “No dia anterior, eu falei com o chefe da Casa Civil [Eduardo Sciarra], no dia também. O ministro Cardozo também fez contato com o governo do Estado.”
“Nós expressamos a nossa preocupação de que pudesse transbordar para violência, o que infelizmente aconteceu”, afirmou, após participar de um evento em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo.
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