A adolescente Rachel Brandão, 14, que tirou 674,69 no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), passou em direito no campus de Floriano (a 248 de Teresina) na Uespi (Universidade Estadual do Piauí). Rachel ainda nem começou o ensino médio — ela terminou o ensino fundamental em 2014.
Mesmo sendo um dos destaques do Instituto Dom Barreto, colégio tradicional em Teresina, a aprovação precoce da adolescente surpreendeu.
“Não esperava passar em muita coisa, talvez em algum curso mais simples, de outra faculdade. Foi uma surpresa muito boa. Toda minha família, meus colegas e professores me parabenizaram”, disse a garota.
Filha de dois bacharéis em direito, ela diz que fez a prova apenas a título de experiência e não pensa em começar um curso superior antes de terminar o ensino médio, daqui três anos.
Rachel diz a escolha pelo curso foi da mãe. “Eu tinha botado matemática e engenharia porque matemática é minha nota mais alta. Mas minha mãe achou melhor colocar logo em direito”, afirmou.
O resultado não foi à toa. A jornada de estudos da adolescente é bem puxada. “Eu tenho aula de 13h às 21h todos os dias. Quando chego em casa, começo a estudar às 22h e vou até umas 23h30. De manhã, acordo e começo a estudar 8h às 11h30”, relatou.
De tanto estudar, a adolescente tem uma rotina bem definida. “Eu sempre faço resumos, adianto ao máximo o que tenho dificuldade. Quando estou nas aulas, tiro o máximo que posso dos professores”, contou a estudante, que alega ter mais dificuldades em ciência da natureza e linguagem. “Vou me dedicar mais agora a essas duas áreas.”
Dúvida na escolha da profissão
Como a maioria dos adolescentes que ingressa no ensino médio, Rachel ainda não tem certeza sobre que profissão quer seguir. Apesar disso, diz já ter “pistas” de sua vocação. “Penso em fazer medicina, engenharia ou mesmo direito. Cada uma em uma área [risos]. Vou decidir com o tempo”, despistou.
A mãe de Raquel, a servidora do Judiciário e professora de direito da Uespi em Teresina, Lya Rachel Brandão, não esconde o orgulho com o sucesso da filha no Enem, e também admite que ficou surpresa com a aprovação. “Ela é muto boa aluna, gosta muito de ler, dedica-se muito. É bem calma, gosta de de passear, mas não é de sair. Sabia que ela ia passar em alguma coisa, mas não pensei que fosse conseguir em direito, talvez em outra área menos concorrida”, disse.
A professora e diretora do Instituto Dom Barreto, Stela Rangel, explicou ao UOL que a escola sempre cobra muito dos alunos. “Nossos alunos têm uma carga horária muito boa e estão sempre estudando bastante. Em relação ao nível de cobrança, visamos a excelência e os nossos alunos correspondem”, contou.
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