Organizador do “Mapa da Violência” e coordenador da área de estudos sobre a violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO), Julio Jacobo Waiselfisz considera “imprescindível” a existência de um órgão de controle externo nos moldes da CGD. Entretanto, ele lamenta a necessidade de existência da pasta.
“É lamentável ter que reconhecer que a Polícia precisa de órgão de controle externo, pois já se supõe que o sistema de segurança não tem controle nenhum”. Sobre as denúncias de uso político da CGD, Jacobo definiu o fato como comum, pois não são raros os casos em que instituições de controle também são ocupadas pelo “sistema de desvios existente na área”. “Há muito tempo o prestígio da Polícia e do sistema de segurança vem caindo”, frisa.
Membro da Associação das Vítimas da Violência Policial do Ceará (AVVPEC), Francisco das Chagas de Oliveira Souza, pai do garoto Bruce Cristian, morto por um policial em 2010, diz ser “primordial” a existência da CGD. Ainda aguardando decisão da Justiça comum sobre o caso, que será julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ele diz que o órgão atua com celeridade em alguns casos.
“Eles foram muito atenciosos em casos como o do pedreiro morto na Maraponga, em 2014, e da jovem morta no bairro Ellery, em 2013. Existem várias brechas na Justiça que beneficiam quem erra. E temos a certeza de que eles não teriam sido punidos rapidamente se não existisse a CGD. Ela é de fundamental importância”, destaca. (Thiago Paiva)
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