A USP informou nesta quarta-feira (14) que seu programa de demissão voluntária teve 1.472 funcionários aceitos —equivalente a 8% do total de 18 mil da universidade.
O resultado ficou 13% abaixo da previsão inicial.
A iniciativa é a principal aposta da reitoria para diminuir o deficit da universidade. Em 2014, a instituição gastou com folha de pagamento 106% do que recebeu do Estado (dado de novembro).
O objetivo primordial do programa de demissões voluntárias é reduzir essa folha entre 6,5% e 7,5%.
A reitoria disse que a lista, publicada no “Diário Oficial”, é preliminar —por isso, não está definida qual será a exata economia— e que não comentaria o resultado. Os interessados ainda poderão apresentar recurso.
Projeção feita pela Folha, com base nos salários de setembro, aponta que a redução será de cerca de 4%.
A avaliação da reitoria era que, a partir de 3,25% de corte, a ideia já era vantajosa.
Mas redução abaixo dos 6,5% poderia retardar o fim do deficit, previsto para 2018.
FUTURO
Quando o plano demissão voluntária foi aprovado, em setembro, estimava-se que 1.700 funcionários poderiam fazer a opção.
Docentes estavam vetados, pois a avaliação da administração era que o quadro de técnico-administrativos é que possuía “gordura”.
O reitor da USP, Marco Antonio Zago, afirmou, ao apresentar a proposta, que o sucesso da iniciativa determinaria se seriam necessárias medidas adicionais de forte redução de despesas.
Mesmo que atingida integralmente a meta de demissões, a previsão era que as reservas da universidade caíssem de R$ 1,7 bilhão no ano passado para R$ 540 milhões, até o deficit acabar.
É dessa poupança que sairão os recursos para o pagamento das rescisões aos funcionários. Estavam reservados R$ 400 milhões. A avaliação é que a redução da folha compensará essa despesa.
O CORTE
Tabulação feita pela Folha aponta que o salário médio dos funcionários que entraram no programa é de R$ 7.500 (só podiam participar técnicos com mais de 55 anos de idade e 20 anos na USP).
O Hospital Universitário é a unidade com mais funcionários nos cortes (209), seguido da reitoria (123) e da Faculdade de Medicina (80).
As funções dos profissionais que mais apareceram são: técnico de assuntos administrativos (131), auxiliar de serviços gerais (95) e técnico de laboratório (83).
O sindicato dos funcionários diz que os cortes prejudicarão o ensino, a pesquisa e a prestação de serviços. Já a reitoria diz que há margem para enxugamento, mantendo o padrão de qualidade.
Para atrair os funcionários, foi estipulado que o participante do programa de demissão poderia ganhar até 20 salários extras de indenização (com teto de R$ 400 mil), entre outras vantagens.
Outra ação que está em curso para aliviar o deficit é a venda de imóveis que a universidade possui, principalmente no centro da capital.
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