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Rio – Uma mobilização envolvendo ex-alunos da Universidade Candido Mendes pede o afastamento do professor Roberto Blanco dos Santos, de 74 anos, apontado como um dos 377 autores de graves violações de direitos humanos no relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV). A informação é do jornal ‘O Estado de S. Paulo’. Santos era médico-legista e atuou no Instituto Médico Legal (IML) do Rio durante a ditadura militar. Segundo o relatório da CNV, Santos “teve participação em casos de emissão de laudo necroscópico fraudulento”.

A Comissão relacionou oito vítimas ao nome de Santos. Entre elas, o ex-embaixador José Jobim, encontrado morto em 1979, com o corpo pendurado pelo pescoço em uma árvore, no Rio. O laudo de exame cadavérico que apontava suicídio por enforcamento foi assinado por Santos.

“Ele não descreveu os ferimentos causados sob tortura. Ele fez parte da equipe que matou meu pai”, afirmou a advogada Lygia Jobim, que se formou na Candido Mendes em 1988. Ao ‘Estadão’, ela contou que evitava cruzar com o professor nos corredores da Faculdade de Direito. “Não poderia assistir a uma aula desse monstro. Por sorte, foi oferecido um curso de férias com outro legista”, disse Lygia.

A reportagem do jornal procurou, em dezembro, a direção da Candido Mendes, a qual informou que “o Dr. Santos é professor, apenas, da disciplina eletiva de Medicina Legal” e que não tem como “precisar o que vai acontecer no próximo período”. Santos não foi localizado pelo jornal O Estado de S. Paulo.