Monitoramento do Campus Butantã está defasado, diz superintendente.
Novo plano de segurança inclui a implantação de cerca de 400 câmeras.
O campus da Universidade de São Paulo (USP) na Cidade Universitária, na Zona Oeste de São Paulo, tem apenas seis câmeras de vigilância em funcionamento. O último investimento feito em câmeras de monitoramento aconteceu em 2005 e, na época, 84 câmeras foram compradas. Mas, segundo a Superintendência de Prevenção e Proteção Universitária (SPPU), dez anos depois, 92,9% delas estão quebradas. Em entrevista ao G1, a superintente Ana Lúcia Pastore Schritzmeyer afirmou que as seis câmeras foram reformadas em um esforço conjunto entre a superintendência e a Prefeitura do Campus Butantã.
São câmeras móveis que têm alcance de 360 graus e, segundo Márcio Henrique da Silva, que coordena a Divisão de Operações e Vigilância da Superintendência, estão instaladas em alguns dos principais pontos estratégicos mapeados pela equipe que cuida da segurança do campus.
Isso inclui duas das principais praças, na entrada principal do campus, em frente à Academia de Polícia, e na Avenida da Universidade, as áreas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, na Avenida Almeida Prado, perto do Museu de Arte e próximo ao Hospital Universitário (HU).
O campus da Cidade Universitária, porém, tem cerca de 4,7 milhões de metros quadrados, e abriga 29 unidades de ensino e pesquisa, além do Conjunto Residencial da USP (Crusp), a Reitoria, a Escola de Aplicação e diversos outros órgãos. Com número insuficiente de câmeras e um efetivo da Guarda Universitária de apenas 55 policiais, muitas áreas acabam descobertas.
É o caso do bolsão de estacionamento da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), onde, em agosto deste ano, uma aluna da FFLCH sofreu uma tentativa de estupro quando estacionou o carro no local.
A universidade estava esvaziada por causa da greve e não houve testemunhas do caso. A jovem escapou porque conseguiu tocar a buzina do carro com o joelho, afugentando o suspeito, que a feriu na cabeça para impedi-la de virar e tentar reconhecê-lo.
Leia o relato da estudante ao G1
400 novas câmeras
De acordo com Ana Lúcia, a Superintendência está na fase final de planejamento do novo sistema de monitoramento dos campi Butantã (a Cidade Universitária) e da Zona Leste (onde fica a Escola de Artes, Ciências e Humanidades). Na Cidade Universitária, a ideia é instalar cerca de 400 câmeras. Já na USP Leste, o projeto prevê a implantação de cerca de 200 câmeras para fazer a vigilância.
“A questão é se a USP vai priorizar”, explicou Ana Lúcia sobre a parte financeira do projeto, afirmando que ainda não há uma estimativa de custos.
Outra questão a ser abordada é o objetivo do sistema. Segundo ela, o projeto da superintendência é manter as imagens sob controle apenas da Guarda Universitária, e com uso destinado à segurança e à proteção, impedindo o uso político do material.
“A ideia não é acompanhar o movimento sindical, o movimento estudantil, quem faz passeata. As imagens devem ficar apenas sob avaliação da Guarda Universitária”, disse.
Márcio Henrique afirmou que o projeto – o primeiro pedido feito pelo novo reitor, Marco Antônio Zago, à área de segurança dos campi – deve ser concluído ainda neste ano. Dependendo do andamento da administração central, o edital e a licitação podem ser feitos até fevereiro de 2015, estima.
Ele explica que a universidade já tem postes de iluminação onde as câmeras poderão ser implantadas, mas haverá a necessidade de fazer o cabeamento de fibra ótica do campus, para a compra de câmeras com melhor tecnologia que as atuais. “Essas seis câmeras têm transmissão via rádio. Quando chove, a gente perde o sinal”, explicou ele.
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