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A Promotoria de Justiça dos Direitos Humanos de São Paulo afirmou, na noite desta quarta-feira (24), que agendou uma reunião com a diretoria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e a Procuradoria da USP para discutir as propostas de combate aos casos de violência e abuso sexual contra alunas da medicina no campus da faculdade. Na tarde desta quarta, a promotora de Justiça Paula Figueiredo Silva colheu o depoimento do professor Milton de Arruda Martins, que atualmente lidera uma comissão na faculdade para estudar denúnicas de estupro e violência relatadas por alunos.

A reunião com a diretoria da FMUSP acontecerá na tarde da próxima terça-feira (25), de acordo com a promotora.

Paula, que em setembro instaurou um inquérito civil para apurar se a faculdade deu o andamento adequado à apuração das denúncias, afirmou, em um comunicado, que no depoimento desta quarta o professor apresentou um relatório da comissão, com propostas para abordar o problema. A Congregação da FMUSP marcou uma reunião extraordinária para a próxima quarta-feira (26) para discutir a questão.

Paula afirmou que entre as propostas apresentadas no depoimento estão “medidas de caráter imediato e de longo e médio prazos”, incluindo suporte às vítimas, ampliação dos mecanismos de vigilância, maior “responsabilização no âmbito da Faculdade de Medicina” e mudança dos procedimentos de venda de bebidas alcoólicas nas festas promovidas na faculdade.

O relatório aponta também denúncias de abusos de álcool e drogas e intolerância racial, sexual e religiosa.

O professor Milton Arruda Martins substituiu o antigo presidente da comissão, o médico Paulo Saldiva, que pediu afastamento do cargo de professor titular por não concordar com a demora da faculdade em se posicionar contra as denúncias de alunos do curso de medicina sobre casos de estupros em festas da faculdade.