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RIO – A Associação de Docentes da Uerj (Asduerj) pode decidir nesta terça-feira (21) se professores entrarão em greve definitivamente, em assembleia a ser realizada na universidade. A categoria já aprovou indicativo de greve e faz paralisação durante a tarde para a reunião.

Dentre as demandas dos docentes, estão o reajuste salarial, a inclusão do adicional de dedicação exclusiva (DE) na aposentadoria e o aumento da carga horária de ensino em detrimento de pesquisa e extensão. De acordo com o presidente da Asduerj, Bruno Deusdará, há chances reais de os professores cruzarem o braço durante o segundo semestre deste ano.

– É a medida mais dura (a greve) a ser tomada. Mas também já falamos com mundo, com a imprensa, com a reitoria, com o Ministério Público, e até agora a negociação não avançou muito. O clima é de indignação, mas a decisão só poderá ser tomada na assembleia.

Os docentes acusam o governo do Rio de investir somente metade do previsto no orçamento em universidades estaduais. Eles querem elevar o percentual para 6%. Com relação aos salários, a categoria afirma que os vencimentos estão defasados em quase 80% desde a última lei de reajuste, em 2001.

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Mas a questão que mais gera indignação nos professores é a decisão da reitoria em diminuir o número de horas em pesquisa e extensão de concursados para concentrar os trabalhos em ensino, já que a Uerj enfrenta grave crise de mão de hora por conta dos professores substitutos.

Atualmente, 431 dos 2,3 mil professores da Uerj são considerados “substitutos”, aprovados em processos seletivos para fechar contratos de seis meses de validade com a universidade. O grupo dos temporários responde por sete mil horas do total de 20 mil horas de aulas dadas a cada semestre.

De acordo com o manifesto divulgado pela Asduerj, a reitoria está propondo alterar os critérios para concessão de carga horária de pesquisa, cujos principais problemas da proposta são a discriminação dos professores assistentes e auxiliares, pois os assistentes (40 horas) poderão ter no máximo 10 horas de pesquisa, e os auxiliares não poderão ter nenhuma hora de pesquisa; e a redução da carga horária de pesquisa para os professores adjuntos,associados e titulares com 20 ou 30 horas de carga horária que só poderão ter no máximo 8 horas de pesquisa.