Pelo terceiro ano consecutivo, o número de reclamações contra universidades particulares em São Paulo aumentou. De acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pelo Procon-SP, o total de queixas subiu de 1.129 entre janeiro e setembro de 2013 para 1.171 no mesmo período de 2014. Em 2012, foram 915.
“O número cresceu em função do aumento no número de queixas relacionadas a contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A quantidade de alunos que usam o financiamento do governo federal cresceu neste ano, o que acarreta mais dúvidas. O ideal seria que tanto universidades quanto instituições financeiras fornecessem todas as informações aos estudantes antes do problema chegar ao Procon”, diz Marta Aur, assessora técnica do órgão de proteção.
As três primeiras colocadas no ranking — Uniesp, Anhanguera e Uninove — respondem por 64% das reclamações computadas no período. Em quase metade dos casos, o principal problema se refere a problemas com cobrança. Outras demandas recorrentes, como o não fornecimento de documentos escolares, problemas com contrato e prestação de serviços, totalizam 48% das reclamações.
O Grupo Uniesp, que oferece cursos de ensino superior em mais de cem municípios brasileiros, lidera o ranking com 402 registros — 112 a mais que o total de 2013, um aumento de 38%. Em abril desde ano, a instituição foi denunciada pelo Ministério Público Federal de São Paulo por irregularidades no fornecimento do Fies. A universidade assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o MPF e o Ministério da Educação e se comprometeu a dar descontos na mensalidade a todos os alunos da instituição e bolsa integral aos alunos prejudicados com promessas de financiamento estudantil.
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Em nota, a Uniesp informou que “o grupo tem 86 instituições de ensino apenas no Estado de São Paulo e que a média de reclamações por unidade é de 0,51”. “Todas as dúvidas de alunos são formalmente recebidas pela ouvidoria da instituição e encaminhadas para esclarecimento e solução. Aliás, se é verdade que a Uniesp lidera o ranking de reclamações, igualmente é verdade que ela é vice-líder no que é muito mais importante: o ranking de soluções de problema”, diz a nota.
De acordo com o Procon-SP, a média do índice de solução de problemas dessas universidades é de 73%. Para o órgão de proteção ao consumidor, a taxa de solução deve ficar acima de 95%. A instituição com o desempenho mais baixo, Anhembi Morumbi, resolveu apenas 53% das reclamações, e a Anhanguera Educacional, 54%.
Em nota, o grupo Anhanguera Educacional, que detém o maior número de matriculados entre as dez universidades citadas — 462.000 alunos — informou que “o número de cartas emitidas pelo Procon representa menos de 0,04% do total alunos da instituição e que mais de 2,4 milhões atendimentos foram realizados nos canais de relacionamento com o aluno até outubro deste ano.”
Confira as campeãs de reclamação:
1º Grupo Uniesp — 402 reclamações
2º Anhanguera Educacional — 192 reclamações
3º Universidade Nove de Julho (Uninove) — 156 reclamações
4º Universidade Anhembi Morumbi — 124 reclamações
5º Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) — 74 reclamações
6º Universidade Paulista (Unip) — 61 reclamações
7º Cruzeiro do Sul / Unicid — 60 reclamações
8º Universidade Estácio de Sá — 39 reclamações
9º Universidade de Santo Amaro (Unisa) — 35 reclamações
10º Faculdade Sumaré — 28 reclamações
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