fbpx

Alunos contam que são comuns os assaltos, furtos e até estupros.
Estudantes estão usando a internet para alertar sobre os perigos.

A violência chegou às universidades brasileiras. Nas principais capitais do país, os alunos relatam casos de roubos, furtos, sequestros relâmpagos e até estupro dentro do campus ou nas imediações. No Rio de Janeiro, os estudantes estão usando a internet para alertar sobre os perigos e andam em grupos na tentativa de se proteger.

“Você quer estudar, você quer ter um futuro melhor, só que tem as pessoas que querem fazer mal a você. Você se sente acuado”.

O desabafo é de uma aluna da Universidade Federal Rural do Rio, na Baixada Fluminense. Ela não quer aparecer porque tem medo. Os alunos dizem que os bandidos aproveitam o campus da universidade, o segundo maior do país, para assaltar e até estuprar.

Os estudantes precisam percorrer longos caminhos em áreas desertas e arborizadas para ir de um prédio para o outro e geralmente se deslocam a pé ou de bicicleta e é aí, que segundo as vítimas, os bandidos agem. O caso mais recente foi há menos de 15 dias, quando uma jovem foi atacada no campus.

“Uma menina estava vindo caminhando pela ciclovia, de bicicleta, foi abordada e o rapaz diz que arrastou ela para o mato. Nós temos uma área muito grande. E no que ela conseguiu correr ela veio para o asfalto e as pessoas socorreram ela na estrada, com a mão toda cortada”.

Em uma universidade particular, na zona sul do Rio de Janeiro, os alunos contam que é arriscado esperar pelo ônibus no ponto. “Um amigo meu publicou numa rede social que foi assaltado roubaram o celular dele”, conta o estudante Alex Caniski.

A internet é cada vez mais a arma dos estudantes de várias universidades do Rio de Janeiro para tentar escapar da violência. As redes sociais viraram redes de alerta. Pelo computador ou pelo celular, eles publicam mensagens para chamar a atenção dos colegas sobre os pontos mais perigosos e expõem o perigo que eles enfrentam dia e noite.

A faculdade já enviou ofícios como este ao batalhão da PM da área, pedindo mais policiamento.

Na zona norte, no entorno da Universidade Estadual do Rio, bem ao lado do Maracanã, os assaltos também são comuns. Principalmente na rampa de acesso à estação do metrô.

O estudante Caique Siqueira e um amigo foram assaltados por um grupo de 15 bandidos.  “Eles sempre andam em grupos, são sempre muito perigosos, tacam pedras. A única coisa que os estudantes da UERJ querem é estudar. É vir para universidade, estudar e voltar para as suas casas”.

Segundo a Polícia Militar, o patrulhamento nas imediações dessas universidades foi reforçado. No campus da Universidade de São Paulo (USP), a maior universidade pública do país, só este ano foram 94 furtos, 31 roubos e seis sequestros relâmpagos. A direção da USP informou que está instalando nova iluminação e vai implantar um sistema de monitoramento eletrônico.