RIO – O ministro da Educação, Henrique Paim, afirmou que os bolsistas do Ciência sem Fronteiras que apresentam mau desempenho já são acompanhados e, eventualmente, punidos no atual modelo do programa. A declaração foi dada em entrevista coletiva depois de conferência no Simpósio Internacional sobre Excelência no Ensino Superior, na tarde desta terça-feira, na Academia Brasileira de Ciências, no Rio. Na véspera, o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Guimarães, havia defendido uma maior participação das universidades brasileiras na seleção e no controle desses estudantes.
– Já existe esse controle. Todo estudante que eventualmente teve problema de desempenho ou de dedicação em relação ao curso, quando (isso) foi informado ao Ministério da Educação, à Capes ou ao CNPq, nós tomamos providências. Esse estudante recebeu um prazo para se adequar ao programa ao qual estava vinculado ou, eventualmente, foi desligado do curso – disse Paim.
O ministro comentou ainda o episódio em que a Science without Borders UK (SWB UK) reclamou da falta de empenho acadêmico em e-mail enviado para todos os cerca de 90 estudantes de graduação brasileiros matriculados na Universidade de Southampton, no Reino Unido. Posteriormente, a empresa responsável pelos contratos estudantis com a instituição pediu desculpas pelo transtorno e disse que a mensagem foi enviada por um erro administrativo e que o alerta era para “poucos alunos”:
– Naquele caso específico que nós tivemos na Inglaterra, houve um equívoco da instituição, que recuou publicamente. Mas aqueles estudantes que eventualmente foram apontados como estudantes que não estavam se dedicando aos estudos provavelmente já receberam uma notificação e terão prazo pra se adequar. Se não se adequarem, vão ser afastados do programa.
Durante a conferência no evento, Paim defendeu a flexibilização do modelo de contratação de professores e pesquisadores para universidades federais. A ideia é facilitar a entrada de profissionais estrangeiros nessas instituições. A forma como a mudança será implementado, no entanto, ainda está em discussão.
– Ainda não há uma definição em torno desse modelo. O que nós precisamos é criar mecanismos que permitam que as universidades públicas tenham flexibilidade de contratar pesquisadores que venham do exterior e que consigam introduzir essas pessoas em sua dinâmica para que a gente possa avançar do ponto de vista de pesquisa, do ponto de vista de formação – argumentou o ministro, afirmando que ainda não há um prazo para que o modelo seja aprovado e colocado em prática.
Na segunda-feira, Jorge Guimarães propôs a criação de Organizações Sociais (OS) para contratar pesquisadores internacionais e desburocratizar a formação do corpo docente das universidades federais.
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