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O ministro da Educação, Henrique Paim, afirmou nesta sexta-feira (5) que o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2013 para o ensino médio reflete o fato de que as políticas voltadas a esse nível de ensino são mais recentes do que as relativas aos anos iniciais e finais do ensino fundamental. “É mais recente do que o esforço que fizemos nos anos iniciais e nos anos finais, ao longo desses anos o que conseguimos fazer no ensino médio foi criar condições básicas de funcionamento do ensino médio”, disse ele, em entrevista coletiva. “A maioria dos educadores sabe que precisamos rever o ensino médio.”

Segundo os dados divulgados nesta sexta, o Ideb 2013 para o ensino médio em 2013 foi de 3,7, o mesmo que em 2011 e abaixo da meta, de 3,9.

Para Paim, a expectativa era que a melhoria dos anos iniciais do ensino fundamental impactariam positivamente nos anos finais e no ensino médio. “A partir da melhoria dos anos iniciais, teríamos uma onda e teria uma alteração importante nos anos finais e no ensino médio. O que estamos vendo é que essa onda acaba chegando, mas não no ritmo necessário, o impacto dessa onda é mais reduzido”, explicou ele.

“Isso faz também com que haja uma reflexão em torno dessa situação. Essa reflexão está concentrada nas questões estruturais. Em primeiro lugar, a gestão dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio é uma gestão mais complexa. Gerir anos finais do ensino fundamental e do ensino médio é uma coisa mais complexa. A escola é maior, tem maior quantidade de professores, nem sempre o professor da aula só naquela escola, isso gera uma complexidade maior na parte da gestão.”

Francisco Soares, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), explicou a razão pela qual o Ideb do ensino médio permaneceu no patamar de 3,7 entre 2011 e 2013. “A taxa de desistência, de abandono, é grande, mas está diminuindo. O Ideb [em relação a 2011] fica estável. Por que ele ficou estável? Porque eu melhorei um componente. O componente de rendimento.”

Propostas de solução
Paim listou uma série de argumentos para justificar os resultados atuais do Ideb para o ensino médio e os esforços que o governo federal tem feito para recuperar o prejuízo. Entre esses esforços estão a formação de professores e o avanço de programas de transporte escolar, de livros didáticos, de financiamento e de investimento em infraestrutura. Segundo ele, boa parte desses programas só começaram a se consolidar em 2011.

“O ensino médio se tornou pleno no Fundeb [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica] com complementação da União somente a partir de 2011. Criamos um padrão de financiamento para a educação básica que incluísse o ensino médio, tivemos inclusão [do ensino médio] mais recente, de condições de financiamento e assistência, muito recentemente. Isso com certeza acaba impactando.”

No caso dos professores, Paim lembrou que 250 mil professores da rede pública no Brasil estão atualmente cursando o ensino superior, mas afirmou que o impacto dessa formação em qualidade no ensino dos alunos não é imeditado. “Você tem um prazo de quatro anos para formar um professor, então são resultados que vão acontecer com mais prazo, com mais tempo.”

Paim lembrou ainda que um dos fatores responsáveis pela redução das taxas de reprovação e abandono é tornar o currículo do ensino médio “mais atrativo” aos jovens. “Mas é preciso avançar em outros aspectos, como a formação para o trabalho”, disse o ministro, que citou esforços do governo federal com o objetivo de tornar programas de profissionalização como o Pronatec “organicamente vinculados” ao ensino médio.