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Com aulas suspensas desde o último dia 21 –dois dias depois de um professor ter o carro roubado no estacionamento da escola e sofrer um sequestro-relâmpago–, o campus do IFRJ (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro) em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, recebe na tarde desta sexta-feira (29) o prefeito do município, Alexandre Cardoso, e representantes da Polícia Militar em reunião para tratar da falta de segurança na região.

No dia seguinte ao episódio envolvendo o professor, a diretora-geral do campus, Teresa Cristina Martins, foi ameaçada por criminosos que atuam no entorno da escola. “Os traficantes mandaram um recado pra mim”, disse Teresa. O IFRJ é referência no ensino técnico e oferece cursos na área de petróleo e química para jovens da região.

Sobre a ameaça que recebeu no dia 20, Teresa prefere não entrar em detalhes, para tentar preservar a própria segurança. “Minha vida está em jogo”, declarou. O recado emitido chegou a ela dentro da escola, depois que a polícia foi chamada ao local por conta do sequestro-relâmpago do professor. Teresa reclama da falta de iluminação e do livre crescimento do matagal no entorno da escola, “condições ideais para a atuação dos traficantes”, segundo ela.

A diretora-geral da escola técnica, que tem cerca de 1.300 alunos e aproximadamente 130 funcionários, conta que traficantes atuam livremente em comunidades localizadas nas proximidades do campus há mais de um ano. “A existência de pontos de venda de drogas próximos ao campus já era uma realidade, mas nunca tinha havido tantos problemas. E além dos traficantes, a milícia toma conta da comunidade que fica na frente de onde estamos localizados”, relatou Teresa.

No dia 21, a comunidade acadêmica decidiu suspender as aulas. A primeira vez que Teresa voltou ao campus foi na tarde desta sexta, para a reunião marcada para as 14h, que conta ainda com a participação do reitor do IFRJ, Paulo Assis, e de representantes dos corpos discente e docente. “A gente vai apresentar à prefeitura alguns critérios para que voltemos ao campus. Esperamos que essas condições sejam atendidas para voltarmos na segunda-feira”, disse, minutos antes do encontro. Em nota, o IFRJ informou que o objetivo da reunião era “regularizar as atividades do campus e superar por completo o incidente ocorrido na semana passada”.

Teresa contou ainda que o professor que teve o carro roubado no estacionamento do campus não participaria do encontro. “Ele ainda está muito abalado, foi um trauma muito grande”, afirmou. “Mas hoje [sexta] nós vamos ter a segurança que nunca tivemos, já que o prefeito e autoridades da PM estarão aqui”, afirmou a diretora.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Militar informou que o comando do 15º BPM (Duque de Caxias) manteve contato com a direção do IFRJ desde o início da semana e reforçou o policiamento na região.

“Por determinação do comandante do batalhão, tenente-coronel Ranulfo Brandão, além do policiamento de ronda escolar, uma viatura está posicionada na porta da escola entre 18h e 23h”, declarou a PM, em nota.

A Polícia Militar lembrou ainda a necessidade de que vítimas de crimes registrem ocorrência em delegacia distrital, pelo serviço 190 ou Disque-Denúncia, cujo telefone é o (21) 2253-1177.