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Universidade investiga informações falsas para burlar sistema de cotas.
Aluna de Administração foi expulsa após ser comprovada fraude.

Cerca de 10 alunos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) estão sendo investigados por suspeita de fraude no sistema de cotas. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da universidade. De acordo com a instituição, uma aluna do curso de Administração teve a matricula cancelada depois que ficou comprovado que ela declarou informações socioeconômicas falsas.

 

Para evitar este tipo de crime, a Uerj pedirá para o vestibulando apontar os critérios que utilizou para firmar a autodeclaração com dados mais objetivos, informou a assessoria de imprensa.

Em março, o G1 mostrou que o Ministério Público do Rio de Janeiro investigava 41 alunosque teriam fraudado o sistema de cotas para ingressar na Uerj. A equipe de reportagem teve acesso ao inquérito que listava estudantes de diferentes cursos — alguns com cabelos e olhos claros — que prestaram o vestibular e ocupavam vagas reservadas para negros e indígenas na instituição.

Renda e histórico podem comprovar fraude
Apesar da discrepância entre as declarações dos jovens e suas aparências, o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, alegou na época que a universidade nada pode fazer para evitar casos como esses. “A definição de cor é por autodeclaração. Não temos nada a fazer em relação a isso”, disse em entrevista, acrescentando que apenas a declaração de cor – supostamente irregular – não configura fraude.

Vieiralves, explicou que não poderia falar sobre casos específicos, já que, segundo ele, as sindicâncias ainda não foram concluídas.

De acordo como reitor, 40% das vagas na Uerj são destinadas a cotistas. Deste total, uma parcela é reservada a negros e indígenas. No entanto, para obter o benefício, o candidato precisa comprovar ter completado os ensinos fundamental e médio em escolas públicas e ter baixa renda. “[Se o aluno estudou em ] Escola pública, nós conseguimos apurar porque há registros. Se o colégio não é reconhecido como público, é fácil de pegar. Mas a declaração de renda, os dados da Receita Federal são sigilosos. Fechamos um acordo com a Receita para que ela não revele os dados, mas diga se a renda é verdadeira ou falsa”, explicou Vieiralves.