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Polícia estima que mais de mil alunos de graduação e pós caíram no golpe.
Funcionários de prefeitura apresentaram diplomas para obter gratificações.

A Polícia Civil calcula que mais de mil pessoas foram vítimas de um golpe aplicado por uma unidade de ensino em Santo Antônio do Descoberto, cidade goiana no Entorno do Distrito Federal. Segundo o delegado responsável pelo caso, Felipe Socha, os alunos pagavam por cursos de graduação e pós-graduação que não eram validados pelo Ministério da Educação (MEC). A instituição emitia diplomas falsos para comprovar as conclusões de cursos. A suspeita é de que a escola tenha arrecadado cerca de R$ 4 milhões com os golpes.

As fraudes foram cometidas entre 2010 e 2012. O instituto oferecia cursos a distância, que tinham aulas presencias uma vez por semana em sala alugada dentro de uma escola particular da cidade. Na época, o dono da instituição também era presidente do Conselho Municipal de Educação, que é responsável por fiscalizar as instituições de ensino e validar diplomas. O proprietário da escola e o sócio estão foragidos.

Gratificação de servidores
A Polícia Civil começou a investigar o caso depois que a Secretaria Municipal de Finanças apurou que vários funcionários da prefeitura apresentaram diploma de curso superior expedido pela mesma instituição de ensino para receber gratificações.

De acordo com a prefeitura, o gasto com o salário dos servidores era de R$ 1,5 milhão em 2010. Quatro anos depois, com a incorporação das gratificações, o valor mensal subiu para R$ 5 milhões. Até que o caso seja julgado, as gratificações dos servidores que apresentaram diploma do instituo estarão suspensas.

Os policiais fizeram buscas na casa do dono da unidade de ensino. “Na residência dele foram encontrados os computadores, as impressoras e o  material que ele utilizaria para imprimir os diplomas, o que leva a crer que ele realmente fabricava isso”, afirma o delegado.

Entre as vítimas do golpe está o eletricista Jonas Bezerra, que cursou graduação e pós-graduação a distância em salas do instituto. Ele alega que não desconfiou da fraude. “Tinha aulas presenciais, dois encontros mensais com todos os trabalhos feitos e apresentados para o instituto, fora que a documentação que a gente pegou no final de cada curso. Isso nos causou um constrangimento muito grande aqui”, diz o eletricista.

Jonas conta que pagava cerca de R$ 200 por mês. Ela afirma que pessoas de municípios vizinhos iam a Santo Antônio do Descoberto para estudar.