fbpx
Customize Consent Preferences

We use cookies to help you navigate efficiently and perform certain functions. You will find detailed information about all cookies under each consent category below.

The cookies that are categorized as "Necessary" are stored on your browser as they are essential for enabling the basic functionalities of the site. ... 

Always Active

Necessary cookies are required to enable the basic features of this site, such as providing secure log-in or adjusting your consent preferences. These cookies do not store any personally identifiable data.

No cookies to display.

Functional cookies help perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collecting feedback, and other third-party features.

No cookies to display.

Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics such as the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.

No cookies to display.

Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.

No cookies to display.

Advertisement cookies are used to provide visitors with customized advertisements based on the pages you visited previously and to analyze the effectiveness of the ad campaigns.

No cookies to display.

De acordo com o Mapa da Violência 2014, 1 a cada mil jovens com idade entre 19 e 26 anos morreram de forma violenta em 2012.

Helena Martins, repórter da Agência Brasil

Em média, 100 a cada 100 mil jovens com idade entre 19 e 26 anos morreram de formaviolenta no Brasil em 2012, mostra o Mapa da Violência 2014, que considera morte violenta aresultante de homicídios, suicídios ou acidentes de transporte (que incluem aviões e barcos, além dos que ocorrem nas vias terrestres de circulação).

O estudo mostra que nos anos 1980 a taxa de mortalidade juvenil era 146 mortes por 100mil jovens, passou para 149 em 2012. Se a média geral não mudou significativamente como passar do tempo e o aumento populacional, a causa, sim. Naquela década, as causas externas, que independem do organismo, eram responsáveis pela metade do total demortes dos jovens.

Já em 2012, dos 77.805 óbitos juvenis registrados pelo Sistema de Informações deMortalidade (Sim), do Ministério da Saúde, 55.291 tiveram sua origem nas causas externas. Mais de 71% do total. Os homicídios e os acidentes de transporte são os dois principais responsáveis por essas mortes, segundo o relatório.

A diferença também é diagnosticada quando comparados homens e mulheres. Entre 1980 e2012, no total das mulheres, as taxas passam de 2,3 para 4,8 homicídios por 100 mil. Umcrescimento de 111%. Entre os homens, a taxa passa de 21,2 para 54,3. Um aumento de 156%.

No caso dos suicídios, a pesquisa revela mortalidade três a quatro vezes maior no caso doshomens, no Brasil. Entre as décadas citadas, as taxas masculinas cresceram 84,9%. Já asfemininas, 15,8%.

Uma terceira variável chama a atenção na pesquisa: a vitimização dos negros é bem maiorque a de brancos. Morreram proporcionalmente 146,5% mais negros do que brancos noBrasil, em 2012. Considerando a década entre 2002 e 2012, a vitimização negra, isso é, a comparação da taxa de morte desse segmento com a da população branca, mais que duplicou.

Segundo o responsável pela análise, Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da Área deEstudos da Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências, o recorte racial ajuda a explicar o fato de não ter se verificado na pesquisa grandes mudanças nas taxas globais dehomicídios, embora o número registrado a cada ano tenha aumentado. Os brancos têmmorrido menos. Os negros, mais. Entre 2002 e 2012, por exemplo, o número de homicídiosde jovens brancos caiu 32,3% e o dos jovens negros aumentou 32,4%.

De acordo com Jacobo, essa seletividade foi construída por diversos mecanismos, entre osquais o desenvolvimento de políticas públicas de enfrentamento à violência em áreas ondehavia mais população branca do que negra, bem como o acesso, por parte dos brancos, àsegurança privada. Assim, os negros são excluídos duplamente – pelo Estado e por causa dopoder aquisitivo. “Isso faz com que seja mais difícil a morte de um branco do que a de um negro”, destaca o sociólogo.

Ele alerta que essa situação não pode ser encarada com naturalidade pela populaçãobrasileira. “Não pode haver a culpabilização da vítima”, diz Jacobo, para quem o preconceito acaba justificando a violência contra setores vulneráveis. O sociólogo, que em 2013 recebeuo Prêmio Nacional de Segurança Pública e Direitos Humanos da Presidência da República,defende o estabelecimento de políticas de proteção específicas, que respeitem os direitosdos diferentes grupos e busquem garantir a vida da população.