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Seis das 10 cidades do Alto Tietê estão entre as mil com os mais altos índices de suicídios do Brasil. Os números preocupantes apontam que em cinco anos, 273 pessoas tiraram a própria vida na Região, 100 delas apenas em Mogi das Cruzes. Segundo as estatísticas, 97 delas eram jovens com idades entre 15 e 24 anos que moravam em alguns dos municípios.

Os números são apresentados na mais recente edição do “Mapa da Violência 2014 – Os Jovens do Brasil”, de autoria do professor e pesquisador Julio Jacobo Waiselfisz, publicado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). Para dimensionar os dados estatísticos, a entidade leva em consideração o total populacional de cada município com base no Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Mogi ocupa o primeiro lugar no ranking regional neste quesito. Em relação ao levantamento nacional, a Cidade fica em 641º lugar. Dos 100 que cometeram suicídio, 33 eram jovens.

A vizinha Suzano vem logo em seguida. Lá, 68 pessoas cometeram o mesmo ato no período, 18 com idades entre 15 e 24 anos. Entre as mil cidades com mais casos no Brasil, ela está na posição de número 760.

Outro município com dados também preocupantes é Itaquaquecetuba. Além de liderar o ranking regional dos homicídios no Alto Tietê, com 586 óbitos violentos, ele fica entre os primeiros da Região nesta categoria, com 40 mortes do gênero. Ao levar em consideração o número de óbitos com a referência populacional, contudo, Itaquá fica em 1.097ª lugar. Vinte e dois jovens, em cinco anos, decidiram tirar a própria vida no município.

Em outras cidades,  os números são bem menores. São os casos de Salesópolis (com 4 casos, sem nenhum jovem) e Santa Isabel (com 6 casos, sem jovem).

De modo geral, segundo o estudo, 69% das pessoas são do sexo masculino e 31% do feminino. Segundo o pesquisador, o crescimento tem diferenças. “As taxas masculinas crescem 84,9%, bem acima das femininas, que só aumentam 15,8%. Entre os jovens, o processo foi diferente: as taxas masculinas crescem, mas são 54,1%, enquanto as femininas caem 27,7%. No Brasil, nós não temos uma cultura suicida. Só que temos algumas particularidades. Os índices mais elevados estão em cidades com reserva populacional indígena. É difícil explicar a razão desses casos, mas há uma elevada incidência por parte dos jovens. Eles enfrentam problemas nas escolas e na vida familiar e pessoal que geram certos conflitos. Certo é que a melhor atitude é a busca e o aconselhamento com profissionais. Tirar a vida resulta em números que interferem até mesmo na promoção do sistema de saúde pública”, destacou Waiselfisz durante entrevista a O Diário nesta semana que passou.

Os dados são computados com base nos atendimentos e registros do Ministério da Saúde dos anos especificados pelo estudo. (Lucas Meloni)

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