Dados são de 2012, que também apresentam número de mortes por acidente no trânsito
A edição de 2014 do Mapa da Violência traz um dado preocupante para cidade, o estudo aponta que Catanduva, foi uma das 100 cidades do país com maior taxa de suicídio de jovens no período 2008/2012.
Pesquisa apresenta dados da cidade colhidos em 2012
Em 2012, o município assumiu a 25ª posição em nível Brasil, com índice de 17,8 suicídios por 100 mil habitantes. Em 2008 dois jovens se suicidaram, em 2009 e 2010, sete em cada ano, um em 2011. Já em 2012, 12 pessoas se suicidaram,sendo cinco jovens.
A pesquisa de autoria do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da Área de Estudos sobre Violência da FLACSO – Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, foi divulgada na última quarta-feira, 02, e utilizou as estimativas disponibilizadas pelo DataSus, baseadas em projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para realizar os cálculos das taxas de mortalidade, entre homicídio e suicídio.
Conforme pesquisa, os suicídios no país vêm aumentando de forma progressiva e constante: a década de 1980 praticamente não teve crescimento (2,7%); na década de 1990 o crescimento foi de 18,8%, e daí até 2012, de 33,3%.
“Em todas as fases se observa um panorama incremental nos suicídios: crescimento negativo na primeira década, baixo crescimento na década de 1990/2000, crescimento acelerado até 2012”, aponta.
Para Waiselfisz, os suicídios vêm crescendo à sombra de dos acidentes de trânsito e a dos homicídios, com taxas entre 4 e 6 vezes maiores. De acordo com estudo, nos últimos anos, o Brasil apresentou 5,5 homicídios e 4,5 mortes no trânsito para cada suicídio. No Japão acontece totalmente o contrário: são 70 suicídios para cada homicídio; 4,2 mortes no trânsito para cada homicídio.
HOMÍCIDIOS
A pesquisa ainda traz dados sobre a taxa de homicídio. Em 2012, a taxa de homicídio em Catanduva era de 10,5 homicídios por 100 mil habitantes. Foram 22 homicídios em 2008, 13 em 2009, 18 em 2010, 10 em 2011 e 12 em 2012, que tinha 113.873 habitantes.
Já a taxa de mortalidade de jovens por homicídio, era de 10,7 por 100 mil habitantes. Morreram sete em 2008, três em 2009 e 2010, cinco em 2011 e mais três em 2012.
O estudo frisa que os homicídios apresentaram um forte crescimento desde o início da série, no ano de 1980, quando a taxa foi de 11,7 homicídios por 100 mil habitantes, até o ano 2003, quando a taxa chega a 28,9 com um gradiente de 4% de crescimento anual.
O estado de São Paulo teve queda de 60,3% na taxa de homicídios entre 2002 e 2012. Esta é a maior redução registrada nos estados brasileiros. Segundo pesquisa, São Paulo tinha em 2002, uma taxa de 38 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2012, esse número já havia sido reduzido para 15,1 homicídios/100 mil hab. Além disso, a taxa paulista representa 52% da nacional, que foi de 29 homicídios/100 mil hab.
O estado também teve a maior redução de homicídios no Brasil, em números absolutos. São Paulo registrou uma queda de 56,4%, com 6.314 mortes intencionais em 2012, enquanto esse número foi de 14.494 homicídios em 2002.
A Capital de São Paulo também foi a capital com a maior redução de taxa de homicídios entre as capitais nacionais, seguindo a mesma tendência do estado.
O Mapa da Violência aponta que, de 2002 a 2012, a capital paulista teve queda de 70,7% na taxa de homicídio, que era de 52,6 homicídios/100 mil hab. e caiu para 15,4 homicídios/100 mil hab.
ACIDENTE DE TRÂNSITO
Outro ponto discutido na pesquisa é o número de mortes causadas por acidentes de transporte. Segundo pesquisa, em 2012, a taxa de mortalidade em Catanduva nesta categoria era de 36 óbitos /100 mil hab em 2012. Morreram 46 adultos em 2008, 48 em 2009, 46 em 2010, 54 em 2011 e 41, em 2012. Em comparação aos jovens, a taxa era 7 óbitos/100 hab, morreram 16 em 2008, 20 em 2009, 16 em 2010, 11 em 2011 e 15, em 2012.
Dentre os municípios da macrorregião com maior índice de óbitos causados por acidentes de trânsito em 2012, está Sertãozinho (79 óbitos/100 mil hab), na 16ª posição do país e Votuporanga (50,7/100mil hab), na 59ª posição.
Segundo pesquisa, durante toda a década de 1980, as mortes em acidentes de transporte foram sempre maiores que os homicídios e, em alguns anos, significativamente maiores: em 1980, as mortes no trânsito foram 46,4% maiores que os homicídios, diferencial que em 1996 elevou-se para 47,3%. Já a partir dos 1990, o diferencial de crescimento entre ambas faz com que os homicídios ultrapassem aceleradamente os óbitos em acidentes de transporte. Assim, já no ano 2000, esse diferencial passa para 52,7% favorável aos homicídios.
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