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A educação desperta preocupação na sociedade brasileira, em boa parte fruto das políticas públicas recentes, que estão enfrentando uma omissão nacional histórica.

No Brasil, a formação profissional de nível médio e superior, embora tardiamente, já ocupa o imaginário de mais famílias. Países como os Estados Unidos começaram esse movimento no século 19, com ações de desenvolvimento territorial, como a construção de ferrovias, articuladas com a implantação de escolas secundárias e universidades regionais.

Esse fenômeno de crescente valorização da educação no Brasil está associado à redução da desigualdade e à ascensão social. Há que se reconhecer o impacto das políticas de acesso à educação superior e técnica nos últimos anos, que permitiram que mais cidadãos cursassem uma faculdade ou uma escola técnica.

Essa também é a perspectiva das famílias dos trabalhadores. Dados recentes mostram que a saída de jovens entre 18 e 24 anos do mercado de trabalho se deve à busca por novas oportunidades educacionais. Hoje, graças à diversificação da oferta de cursos, o jovem tem dezenas de alternativas de estudo que lhe darão mais chances profissionais.

Entre as políticas de acesso, o Enem é a grande chave para as várias portas da educação. Por isso, o interesse pelo exame é cada vez maior. Quem faz o Enem sabe que sua nota pode garantir desde a certificação do ensino médio até uma bolsa no exterior.

A primeira porta é o Sisu (Sistema de Seleção Unificado), que permite ao participante concorrer a vagas em universidades públicas. Criado em 2010, o Sisu ofereceu, no primeiro semestre daquele ano, 47.913 vagas. Em 2014, também no primeiro semestre, foram 171.401 vagas – um crescimento de 258%. Além de dispensar os vestibulares, ele torna o acesso à universidade mais democrático. E por falar em mais justiça, a Lei de Cotas também foi decisiva para ampliar os espaços de equidade e inclusão na educação superior.

Os números do Sisu evidenciam uma política pública bem sucedida. As inscrições saíram de 1,6 milhão em 2010 para quase 5 milhões em 2014, outro aumento na casa dos 200%. Inicialmente, foram ofertados 1.319 cursos de 51 instituições. Na última edição, foram 4.723 cursos de 115 universidades e faculdades.

Esse crescimento decorreu, em grande medida, da política de expansão das universidades, que mais que dobrou o número de câmpus, penetrou em regiões antes esquecidas, como o Vale do Jequitinhonha, e facilitou o acesso aos moradores do interior. Até 2002, eram 148 câmpus federais. Hoje, são 300 em funcionamento, com outros 21 a serem abertos até o final do ano.

Para quem não consegue vaga numa instituição pública nem pode pagar uma faculdade privada, o ProUni permite o acesso à universidade com bolsas do MEC. Já chegam a 1,4 milhão os jovens beneficiados desde seu lançamento, em 2005.

As mudanças no Fies, desde 2010, abriram mais um caminho e permitiram que fossem firmados 1,6 milhão de novos contratos. Em toda a existência anterior do financiamento estudantil, surgido em 1999, tinham sido assinados 563 mil contratos.

Vale dizer que 3 milhões de estudantes entraram na universidade via ProUni e Fies. Isso sem contar o Ciência sem Fronteiras, que possibilita estudar em centros avançados de ensino superior de vários países.

Todas essas conquistas contribuem para melhorar nosso desempenho educacional e consolidar a educação como o verdadeiro caminho de oportunidades.