Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira revela que, para os estudantes brasileiros de rede privada, as universidades deverão ter no futuro foco cada vez maior na preparação dos alunos para que se sobressaiam no mercado de trabalho.
A pesquisa da Laureate Education, empresa que reúne instituições de ensino superior em 29 países, perguntou a 20,8 mil de seus estudantes ao redor do mundo como acreditam que as universidades vão mudar nos próximos 15 anos e como pensam que elas deveriam mudar.
O levantamento, feito pela Zogby Analytics, ouviu 4,3 mil estudantes no Brasil, de nove universidades do grupo. Entre eles, 78% responderam que, no futuro, a maioria dos cursos deverá ensinar habilidades com foco na carreira, e 74% disseram que empregadores deveriam oferecer estágios pagos durante o curso.
Para 64% dos estudantes brasileiros, os empregadores deverão ter papel crucial no planejamento de cursos universitários que ajudem os alunos a encontrar emprego.
‘Ganhar dinheiro’
As respostas específicas de alguns estudantes ajudam a fornecer uma visão geral sobre como pensam os brasileiros.
Diante da pergunta sobre que tipo de habilidades a universidade deveria ajudá-lo a desenvolver para sua carreira e para a vida após a formatura, um brasileiro resumiu: “A faculdade deveria nos ensinar a realmente ganhar dinheiro”.
“Conhecimento prático e teórico para ingressar e atuar no mercado de trabalho de maneira competitiva, trabalho em equipe e como criar e manter uma ‘network'”, disse outro aluno brasileiro consultado na pesquisa.
Um estudante da UniNorte, em Manaus, disse pensar que a universidade poderia oferecer emprego para os estudantes com as melhores notas. Outro, da UniRitter, em Porto Alegre, reclamou da falta de experiência prática nos cursos atuais.
Tendência mundial
As respostas dos brasileiros seguem a tendência mundial revelada pela pesquisa, que ouviu estudantes de 37 instituições de ensino superior pertencentes à rede Laureate em 21 países.
No total, 61% dos estudantes consultados ao redor do mundo disseram acreditar que a maioria dos cursos oferecidos pelas universidades no futuro será projetada por especialistas da indústria.
Para 64%, esses cursos serão oferecidos em várias línguas, para facilitar a inserção dos alunos no mercado de trabalho.
Segundo os responsáveis pela pesquisa, os brasileiros concordam que mudanças tecnológicas serão mais predominantes no futuro, apesar de nem todos estarem certos de que isso seria algo positivo.
Um total de 26% dos brasileiros pesquisados disseram acreditar que, no futuro, mais cursos serão disponíveis online, e para 70% a maioria dos livros e material de estudo estará disponível de graça na internet.
Mais da metade dos brasileiros também disseram acreditar que as mídias sociais serão usadas como ferramenta de ensino no futuro, percentual semelhante ao verificado nos resultados gerais da pesquisa.
Flexibilidade e inovação
Entre todos os pesquisados no mundo, 43% responderam que as universidades do futuro deverão fornecer conteúdo online gratuitamente para a maioria dos cursos, e 68% disseram acreditar que a instituições terão bibliotecas online nas quais os estudantes poderão acessar livros e outros materiais sem custo.
A pesquisa revela ainda que os estudantes apostam na flexibilidade e na inovação dos cursos no futuro.
Mais da metade dos consultados ao redor do mundo disseram acreditar que a maioria dos cursos será oferecida em qualquer horário do dia ou da noite.
No total, 43% dos alunos disseram esperar que possam ter acesso a educação personalizada online, “o que poderá tornar a experiência tradicional em sala de aula menos importante”.
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