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Um grupo de 45 estudantes ocupa a sala da diretoria da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), emAraraquara (SP), desde a madrugada desta sexta-feira (30). A principal reivindicação dos manifestantes é por mais moradias estudantis. A direção informou que negocia com os alunos.

Os estudantes chegaram ao local por volta da meia-noite. Com o rosto coberto, eles invadiram o campus e envolveram as câmeras de seguranças com panos para que a ação não fosse registrada. Eles quebraram os vidros da sala da diretoria e invadiram o local.

A Polícia Militar foi acionada, mas não pode fazer nada. O diretor da universidade, Arnaldo Cortina, registrou um boletim de ocorrência. A manifestação é pacífica. Durante a manhã, alguns estudantes colaram cartazes com as reivindicações que motivaram a mafifestação.

O diretor da unidade afirmou que antes da invação ele não foi procurado por nenhum estudante. “Houve assembleia dos alunos e lá decidiram que iriam fazer a ocupação”, declarou. Cortina disse ainda que universidade oferece 128 vagas para moradia no local e que no processo de seleção apenas 110 alunos realizaram a inscrição. Desses, 85 estudantes foram contemplados.

Seleção
A Unesp informou em nota que, em continuidade à Política de Permanência Estudantil, construiu um novo instrumento de seleção de alunos para Moradia, Bolsa de Apoio Acadêmico e Extensão I (BAAE-I) e Auxílio Aluguel. O processo de seleção enfatiza a análise socioeconômica e é feito, em cada campus, por Comissões Locais de Seleção com a presença de Assistentes Sociais.

O novo instrumento de seleção foi aprovado por unanimidade na Comissão Permanente de Permanência Estudantil (CPPE), composta por 5 estudantes, 5 funcionários e 5 professores, que definiu  como critério para inscrição no processo seletivo o estudante com renda per capita familiar de 1,5 salário mínimo, critério adotado no Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES).

Greve
Além do problema da invasão, a Unesp enfrenta uma greve de professores e funcionários. Na região, a paralisação é parcial nas unidades de Araraquara e Rio Claro. A reivindicação é de reajuste de 7% para a reposição da inflação mais 3% de produtividade.

Os servidores técnicos e administrativos estão de braços cruzados desde quinta-feira (22). A paralisação, que envolve cerca de 200 profissionais das Faculdades de Letras, Odontologia, Farmácia e Instituto de Química, foi decidida em uma assembleia.

Na segunda-feira (26), os servidores do campus de Rio Claro aderiram à greve iniciada na última quarta-feira (21), depois que o Conselho de Reitores das Universidades Públicas Estaduais (Cruesp) adiou a discussão do reajuste salarial dos professores e funcionários para o segundo semestre. A categoria quer aumento de 10%.