Em evento para secretários municipais de educação, Henrique Paim disse que ministério pretende discutir com gestores e universidades “gargalos” da formação até o fim do ano
O Ministério da Educação vai liderar discussões sobre mudanças na formação dos professores até o fim do ano. Segundo o ministro Henrique Paim, essa será a prioridade do ministério nos últimos meses de governo. Para ele, o país está “maduro” o suficiente para discutir as falhas que ocorrem nos cursos de licenciatura e pedagogia, que formam professores nas universidades.
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Para Paim, o investimento na formação e na valorização dos professores é o que promoverá melhorias na qualidade de ensino. O ministro concluiu as atividades do primeiro dia do 6º Fórum Extraordinário da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), em Florianópolis. Ele defendeu que representantes do MEC, dos sistemas e das universidades tracem juntos mudanças para os currículos dos cursos de formação inicial dos docentes.
“Vamos dar prioridade para formação de professores, falando de valorização, remuneração, carreiras e precisamos de uma política adequada na formação dos professores. Nosso esforço será para organizar esse sistema de formação. Precisamos verificar com os sistemas municipais e estaduais os gargalos da formação e, por outro lado, ver quais são as respostas que as instituições formadoras podem dar. Ao final, temos de rever currículo”, afirmou.
O ministro admitiu que será preciso investir mais recursos nesse sentido, mas não detalhou como pretende fazê-lo. Ele citou a futura verba dos royalties do petróleo como possibilidades. “Tivemos um crescimento importante nos investimentos da educação. Passamos de 4% do PIB para 6,4% do PIB em 2012. Mas mais importante do que isso é aperfeiçoarmos o tipo de formação que oferecemos”, disse. “Precisamos resolver a raiz do problema”, completou.
Pactos
O ministro anunciou que o Ministério da Educação está discutindo um novo pacto com estados e municípios. Dessa vez, o alvo é a etapa final do ensino fundamental. Os anos iniciais, que compreendem do 6º ao 9º ano, são considerados complexos, porque as crianças ganham muitos professores, o currículo tem mais disciplinas e os sistemas dividem a responsabilidade de oferta da etapa, que termina muito distante da realidade dos anos iniciais.
Segundo o ministro, o ensino médio não conseguirá dar um salto de qualidade se os anos finais do ensino fundamental não tiverem uma atenção especial. Um grupo de estudos, liderado pela Secretaria de Educação Básica do ministério, já está discutindo pontos da proposta, ainda sem data para ser concluído. A preocupação agora é consolidar os pactos da Alfabetização na Idade Certa e do Ensino Médio. Nos dois casos, a formação de professores é o foco dos projetos.
“Melhorar os anos finais do fundamental e o ensino médio é uma tarefa muito difícil. E só vamos resolver a partir de um pacto, como estamos fazendo no médio. Trabalhar na formação dos professores é o que vai garantir melhores resultados. Estamos apostando nessa relação”, afirmou.
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