A inadimplência entre as companhias de ensino superior mudou de patamar em cinco anos, concluiu estudo do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo). A entidade apontou que o índice de inadimplência acima de 90 dias nas instituições de ensino saiu de 10% em 2009 para 7,9% em 2013, dado mais recente disponível.
O principal motivador dessa melhora é o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), programa de financiamento do governo federal. A inadimplência medida pelo Semesp vem mostrando queda gradual desde 2010, ano em que as regras do Fies foram alteradas e o programa passou a incorporar cada vez mais estudantes.
O diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, afirma ainda que pesa nesse resultado o amadurecimento das companhias de ensino superior. “Esse é um setor ainda muito jovem, que cresceu de forma explosiva nos últimos 15 anos e que começou a amadurecer e ter uma gestão mais profissionalizada há cerca de cinco anos”, comentou. “Hoje há controle de recebimentos e padrões de cobrança que refletem na maior eficiência no combate a inadimplência.”
O estudo do Semesp identificou ainda que companhias de grande porte conseguem controlar a inadimplência de forma mais eficiente do que as menores. Para Capelato, este aspecto também tem relação com o Fies, já que as grandes têm proporcionalmente mais alunos com financiamento.
Nas grandes instituições de ensino brasileiras, o Semesp mediu que a inadimplência acima de 90 dias foi de 6,6% em 2013, queda significativa ante os 10,1% de 2009. Já nas de pequeno porte, esse índice era de 9,2% em 2013, embora tenha caído ante os 12,2% de 2009.
Evasão
Capelato afirma ainda que o Semesp realiza no momento estudos sobre outro possível efeito do Fies: a redução da evasão. De acordo com ele, instituições de ensino que comparam a evasão entre alunos do Fies e alunos sem financiamento identificam que a ela é menor no primeiro caso.
Uma das razões é que o programa de financiamento é hoje oferecido a estudantes que estejam tendo dificuldades de pagar suas mensalidades. Além disso, o executivo avalia que os alunos com financiamento deixam de levar em consideração o preço da mensalidade como fator determinante para suas escolhas. Com isso, reduz a chance de que o estudante se frustre com o conteúdo escolhido.
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