Programas oferecem vagas para universitários estudarem no exterior.
Inscrições para o processo seletivo acabam no mês de maio.
Os estudantes universitários da Paraíba interessados em fazer uma experiência de intercâmbio têm até o dia 11 de maio para se inscrever no Programa de Bolsas Ibero Americanas Santander Universidades – edição 2014. O programa é oferecido para alunos de cursos de gradução da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e tem vagas para quem quer estudar na Colômbia, Espanha, México e Portugal.
O intercâmbio garante aos alunos selecionados um valor de três mil euros, que deve ser utilizado até o final da vigência do convênio, que é 31 de dezembro de 2015. Os interessados podem obter mais informações no site da Assessoria para Assuntos Internacionais (AAI) da UFPB. O endereço disponibilida o edital e a listagem das universidades conveniadas.
Além das oportunidades abertas para alunos da UFPB, outras três vagas para intercâmbio em Portugal estão sendo oferecidas pelo convênio do Santander com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), por meio do Programa de Bolsas Luso-Brasileiras, destinado aos estudantes de graduação. As inscrições prosseguem até o dia 18 de maio e os aprovados recebem três mil e trezentos euros. Os pré-requisitos estão disponíveis no site do programa.
O coordenador da Assessoria para Assuntos Internacionais da UFPB, José Antônio Rodrigues da Silva, adiantou que o órgão recebeu 90 inscrições para a primeira seleção de 2014. Por semestre, são disponibilizadas 120 vagas escolhidas pelos inscritos. “Como toda universidade tem dois semestres, a partir de 2013 nós implantamos uma seleção a cada semestre.
Portugal é o mais procurado
A predileção dos alunos da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) por intercâmbio resultou no envio de alunos para a Portugal (39), Espanha (22), Alemanha (14), França (8), Itália (5). Por outro lado, a instituição também recebeu alunos que foram aprovados em programas de intercâmbio de outros países.
Apenas em 2013, vieram estudar na UFPB 51 alunos para cursos de medicina, enfermagem, educação física, economia, filosofia, ciências sociais e letras. O coordenador da Assessoria para Assuntos Internacionais da UFPB, José Antônio Rodrigues da Silva, destacou que as maiores demandas vem de alunos da Alemanha, Noruega e Portugal e os cursos mais procurados são medicina (12), educação física (8), ciências sociais (7) e enfermagem (4).
Intercâmbios garantem novas experiências
Os intercâmbios são formas de aproximar os estudantes de outras culturas e ampliar as experiências de vida, conforme destacou o coordenador da Assessoria para Assuntos Internacionais da UFPB, José Antônio Rodrigues da Silva. Essa é a realidade vivenciada por estudante paraibano Ed’cleberson Alves de Morais, desde agosto de 2013 quando conseguiu ser aprovado no programa de intercâmbio do governo federal ‘Ciência Sem Fronteira’.
Por conta da viagem para o Canadá, o curso foi trancado após concluir o oito período de fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba, seguindo os parâmetros do programa. Pelo intercâmbio, ele cursa Cinesiologia até dezembro de 2014, que é a ciência responsável por estudar os movimentos do corpo. “Eu sempre tive muita vontade de estudar fora do Brasil, já que a educação parece ser melhor que a nossa. Mas o processo de seleção do ‘Ciência Sem Fronteiras’ é bem longo e cansativo. Do momento da decisão de tentar me inscrever até a chegada ao Canadá foram nove meses”, frisou.
Da exigência de dominar uma segunda língua até a adaptação a outra cultura, segundo o coordenador do AAI, os intercâmbios tornam os alunos mais preparados para o futuro, seja na pesquisa acadêmica, seja no mercado profissional. “A maior vantagem é essa troca de experiência a que os alunos se propõem. Para a universidade, o retorno é ter um aluno melhor preparado, que repassa para os demais os relatos das experiências que vivenciou”, frisou.
Ed’cleberson explicou que dois fatores foram decisivos ao optar pelo intercâmbio: o domínio do inglês e ter a bolsa de estudos do governo. “O primeiro passo a ser tomado é fazer um exame de proficiência em língua inglesa, o qual mede seu nível inglês. Esse teste é extremamente importante, pois é com a nota dele que você pode ser aceito ou não em uma instituição no exterior”, orienta.
Choque cultural entre os ensinos
A jornada dupla trabalhando na Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, em João Pessoa, e o curso de fisioterapia de Ed’cleberson foi trocada por uma rotina de, no mínimo, seis horas de estudo na universidade, além dos estudos em casa. “Por mais que você tenha estudado anos e anos de inglês no Brasil, o choque inicial da língua também considero uma dificuldade”, disse.
Parâmetros do ensino, segurança, transporte público são traçados o tempo todo por Ed’cleberson Alves. Ele disse que o senso crítico fica mais aguçado por perceber que em outros países há um nível de igualdade social tão marcante que a violência urbana não faz parte da rotina da população, como no Brasil. “As vantagens de morar num país de primeiro mundo são várias, mas a segurança daqui ainda me deixa boquiaberto. É normal as pessoas usarem laptops, tablets e outros dispositivos eletrônicos nos transportes coletivos. O transporte daqui é muito bom também. O que acho legal é que todos usam”, afirmou.
Devido à pequena diferença social existente no Canadá, segundo do Ed’cleberson a vida segue tranquilamente. “Não tem como você voltar de uma experiência como morar fora por um tempo e dizer: ‘Eu sou o mesmo’. Você vai comparar tudo do país em que você está estudando com o país de origem”, disse.
A principal diferença, na avaliação do intercambista, é a educação. Há muitas diferenças, segundo ele. “Não posso falar por todas as instituições canadenses claros, mas a Universidade de Calgary é inexplicavelmente tecnológica. Todos os sistemas da universidade são integrados, as salas de aulas muito boas, a biblioteca [que funciona 24 horas] um espetáculo, os laboratórios bem estruturados, professores bem qualificados, sistema online de acesso aos materiais, artigos, pesquisas. Não tem como comparar toda a facilidade que temos aqui com o que temos no Brasil”, contou.
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