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MC Amaral abandonou salário e carro do ano para virar cantor.
Cantor largou o vício das drogas e gravou um clip em Las Vegas.

Um estudante de direito resolveu tentar a sorte longe dos escritórios e dos tribunais e, recentemente, viajou para Las Vegas, nos Estados Unidos, onde gravou um clip de funk ostentação. Luis Felipe Amaral Corrêa, conhecido como MC Amaral, tem uma história muito diferente dos demais MCs do funk nacional. Ele largou a ‘mordomia’ de casa, um salário de R$ 5 mil e um carro oferecido pela mãe para viver da música. Ele conversou com a reportagem do G1 e falou sobre as dificuldades que passou durante o início da carreira e o envolvimento com vários tipos de drogas.

Jovem de classe média alta, MC Amaral teve uma infância não muito comum em comparação com a dos outros funkeiros. “Sempre estudei nos melhores colégios da cidade. Meus pais e meu avô são advogados. Eles sempre me deram uma estrutura familiar muito boa. Tive oportunidade de cursar uma faculdade de direito”, afirma.

O funk entrou na vida de Amaral há 11 anos. Ele comenta que começou a cantar para alguns amigos, mas só se profissionalizou ao conhecer, em um bar, seu ex-parceiro. “Estava no intervalo da faculdade e fui ao bar encontrar os amigos. Foi quando eu conheci o Chiquinho, me apresentaram para ele falando que eu cantava e a gente começou a fazer umas rimas ali na hora”, comenta.

A partir daí, Amaral começou a se profissionalizar, cantava muitas vezes na semana e viveu uma grande fase da carreira. “Nós começamos cantando para 500 pessoas e, de uma hora para outra, nós estávamos em um baile com quase 10 mil. O melhor de tudo é que nós estávamos fazendo sucesso nas maiores comunidades de São Paulo, onde só gente muito importante cantava”, diz.

Mesmo construindo um carreira sólida, a família de Amaral não apoiava o sonho do cantor. A mãe do artista chegou a oferecer um carro e um bom salário para ele largar o funk. “Minha mãe não gostava que eu fosse a lugares perigosos e me via muito debilitado por causa da quantidade de shows. Como eu já estudava Direito, ela me ofereceu um cargo no escritório deles para ganhar R$ 5 mil e o carro do ano, mas eu não quis, queria continuar cantando”, diz.

Internação
Foi nesse momento que, segundo ele, passou por um dos piores momentos de sua vida. O cantor passou a se envolver com drogas e teve de ser internado para solucionar a dependência. “Comecei a me envolver com cocaína. Era muito fácil o acesso à droga. Eu cantava, dormia e usava droga. Vivia só para isso, não me importava com a minha aparência e parecia um zumbi andando de um lado para outro”, lembra.

Internado durante quatro meses, Amaral só saiu da clínica após um acordo feito com a própria mãe. “Ela queria que eu largasse o funk, mas eu não ia parar. Então ela comprou uns exames para ter certeza que eu não estava usando droga, mas dali em diante eu não usei mais, me recuperei e segui cantando funk”, comemora.

Volta por cima
Depois da internação, Amaral se recuperou e voltou ao sucesso, mas depois de um tempo viu a parceria com o companheiro Chiquinho acabar por causa do assédio de produtoras. Sozinho depois de anos, ele resolveu inovar e, nos Estados Unidos, gravou o clipe “Hall dos Milionários”, que é a história de um jovem que vai a Las Vegas e ganha muito dinheiro em um cassino. O vídeo já teve, em pouco mais de um mês, mais de 120 mil visualizações no Youtube.

Segundo ele, o nascimento de seus dois filhos foi fundamental para a volta por cima e o ajudam nessa sua última tentativa de seguir no funk. “Essa vai ser a minha última tacada no funk. Mudei o meu estilo de música, mas como todo mundo está cantando, eu resolvi inovar. Fui para Las Vegas para gravar o clipe e deu muito certo. As pessoas estão gostando muito”, conclui.