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RIO – Os professores do Departamento de Química da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) estão se mobilizando em protesto contra as condições precárias da estrutura do prédio da faculdade. As aulas da graduação e da pós-graduação estão paralisadas até o próximo dia 14 de abril – prazo estabelecido pelos docentes para que a reitoria da instituição tome medidas e sinalize com uma solução.

Os problemas, segundo os alunos e professores, não são poucos. Eles relatam casos de interrupção do fornecimento de energia elétrica e de água, falta de material para aulas práticas no laboratório de Química, falhas no serviço de internet e até mesmo ausência de extintores de incêndio.

– Outro problema sério é a falta de iluminação no entorno do prédio, que coloca em risco alunos e professores dos cursos noturnos. Em 2013 houve casos de estupro e assaltos no campus – denuncia o professor do departamento Marcelo Herbst.

Ele relata que, a cada chuva mais forte que cai sobre a região de Seropédica, onde está localizada a Rural, os problemas estruturais do imóvel, como queda de rebocos e danos no telhado, são agravados. De acordo com o professor, também ocorrem alagamentos de salas de aula e dos laboratórios de pesquisa.

– Trata-se de um prédio que é uma joia da arquitetura neocolonial, construído nos anos 1940 e tombado pelo patrimônio histórico, que está sofrendo muito com a falta de manutenção – desabafa o professor.

Os docentes, apoiados por um grupo de alunos, decidiram reforçar a mobilização e chamar atenção da reitoria para a urgência em se resolver os problemas. Para isso, eles decidiram realizar, na tarde desta segunda-feira (7) aulas nos corredores da instituição, numa espécie de “ocupação” da UFRRJ – como eles estão chamando o ato. O grupo cobra o início imediato das obras de reparo no prédio e argumenta que a Rural foi informada, desde o ano passado, das péssimas condições de trabalho no local.

– Cansamos de promessas – reclama o professor.

Apesar do apoio dado ao movimento do Departamento de Química, o clima entre os alunos é de apreensão. Desde que esta paralisação dos professores foi anunciada, os estudantes começaram a temer que possa estar surgindo um novo movimento grevista – como aconteceu no ano passado. Marcelo Herbst diz que não se trata de paralisação com esse intuito e que tem sido preciso explicar exaustivamente aos docentes os motivos da paralisação.

Em avaliação

Em nota, a reitoria da UFRRJ informou que as reivindições dos professores, “feitas há cerca de uma semana”, já estão sendo avaliadas. A previsão, de acordo com a instituição é de que, até o dia 14 de abril, “como já havia sido acordado com os referidos docentes”, haverá um posicionamento oficial.

A nota ainda diz que “é importante observar que o conjunto arquitetônico no qual as aulas, em sua maioria, são ministradas é antigo, da década de 40, tombado, e necessita de atenção especial” e que “algumas das demandas expostas já estão sendo atendidas, como obras emergenciais nos banheiros e a manutenção do telhado, danificado por um vendaval, ocorrido há cerca de dois meses”.

A UFRRJ ainda informa que está dando andamento a outros processos de manutenção não só no Departamento de Química, mas na Universidade de forma geral.